Setor de eventos sofre para sobreviver à crise provocada pelo novo coronavírus em São Luís

Diante de um drama financeiro, decoradores de festas, fotógrafos, donos de buffet e casas de festas relatam dificuldades.

Fonte: Luciene Vieira

O acúmulo de prejuízos, devido à pandemia do novo coronavírus, levou o setor de eventos da região metropolitana de São Luís ao endividamento e ao limite da subsistência, conforme relatam empresários.

Ao Jornal Pequeno, um grupo informou que ainda aguarda receber o auxílio emergencial, oferecido pelo governo do Estado. Além do benefício, os profissionais querem retorno das atividades com a capacidade de 50% da sua totalidade, adotando as medidas de segurança para o combate à Covid, e isenção de dois meses dos pagamentos de aluguel, energia e financiamentos bancários.

Naiara Fontinele, que é dona da casa de festa NF Recepções, localizada em São José de Ribamar, disse que antes da pandemia do novo coronavírus tinha 14 funcionários com carteira assinada, nas funções de cozinheiro, garçom, segurança e limpeza. Atualmente, apenas nove estão trabalhando com ela.

A empresária contou também que, nos últimos 12 meses, houve o total de 40 eventos cancelados. “Antes da crise do novo coronavírus, havia semanas que eu não tinha datas disponíveis para agendar tantos eventos; aqui na NF Recepções eram realizadas atividades de domingo a domingo. Houve dias em que eu não ia para casa, tamanha correria de trabalho. Sinto falta daquela dinâmica, e do dinheiro”, lamentou.

Já Bruno Lafaete, dono do Carrossel da Alegria, que é uma salgaderia gourmet, em Paço do Lumiar, informou que em 2020 teve vários serviços suspensos. “Minha expectativa era que a pandemia da Covid-19 não fosse durar por tanto tempo. Só que os meses foram passando e, quando retomei a atividade em setembro do ano passado, a empresa já tinha muitas contas atrasadas, como aluguel e energia. Eu fazia uma média de três contratos de buffet por sábado, e contratava mão de obra temporária, cuja equipe chegava a ser formada por até 12 colaboradores”, desabafou Bruno Lafaete.

José Carlos Morais Sodré é fotógrafo, e dono de um estúdio de fotografia na Rua das Cajazeiras, no centro de São Luís. “Minha agenda de trabalho está atualmente zerada. Estou com quatro meses de aluguel atrasados. Ainda tenho como honrar algumas contas e fazer supermercado, devido a reserva que fiz durante a campanha eleitoral de 2020, quando realizei alguns trabalhos”, informou Sodré.

Maria Rosilda é proprietária da Rosy Festa, que fabrica lembranças de biscuit para eventos comemorativos. “Hoje, dependo do salário da minha filha, que é empregada em um hospital. Ela é quem está me sustentando”, informou Maria.

Já o microempresário Wallison Rodrigues, que trabalha com decorações, informou estar com acúmulo de contas atrasadas. “É uma situação desesperadora. Minha empresa fica no bairro do Cohatrac, com a queda nos serviços, estou sofrendo dificuldades para pagar contas, como taxa de condomínio e energia elétrica”, desabafou Wallison.

AUXÍLIO EMERGENCIAL 

No site do governo do Estado, há informações de que a Secretaria de Estado da Cultura (Secma) estendeu no dia 13 deste mês o prazo para solicitação do Auxílio Emergencial aos Trabalhadores do Setor de Eventos. A data final para inscrição passou a ser o dia 16 de abril.

O benefício seria pago em conta única de R$ 600, e o credenciamento dos interessados foi feito exclusivamente pela internet, no endereço eletrônico auxilio.cultura.ma.gov. br.

A empresária Naiara Fontinele informou que o dinheiro já teria sido repassado do governo federal para o estadual. Porém, segundo Naiara, muitos profissionais ainda não foram contemplados. “Meu nome não está na lista para receber”, frisou.

Devido a isso, ela disse que foi levantada uma pauta com algumas perguntas que a categoria quer respostas do governo estadual. A pauta citada pela empresária, sobre o auxílio emergencial, seria: situação de pessoas que estão em análise ou reanálise; situação de pessoas que constam como pagas e que ainda não receberam; situação de pessoas que foram contempladas com o benefício e que, no portal da transparência, consta como não pagas; profissionais que tiveram seus cadastros aprovados e não estão com seus nomes no portal da transparência; e, quando quem ainda não recebeu o auxílio emergência, irá receber. Os empresários também querem o retorno das atividades com a capacidade de 50% da sua totalidade, adotando as medidas de segurança ao combate à Covid, e isenção de dois meses dos seguintes pagamentos: aluguel, energia, financiamentos bancários.

“Não queremos viver de assistencialismo, mas precisamos pagar nossas contas, e também queremos voltar a trabalhar”, informaram os empresários.

O Jornal Pequeno pediu uma nota com o posicionamento do governo do Estado, a respeito das reclamações e exigências feitas pelos empresários, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno

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