Entre os dias 19 e 22 deste mês, uma pulverização irregular de agrotóxico na comunidade Araçá, no município de Buriti, distante 327 km de São Luís, atingiu André Lucas de Oliveira Lima, uma criança de sete anos, que teve queimaduras por todo o corpo. A contaminação ocorreu quando um avião, de empresa ainda não identificada, teria despejado uma quantidade de herbicida sobre as casas e roças da localidade.
De acordo com Diogo Cabral, advogado da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), o jovem ainda tem queimaduras por todo o corpo. “Mas, ele não foi o único atingido. Pelo menos 15 pessoas tiveram contato com o produto químico”, informou.
O advogado declarou que a Fetaema ainda não tem informações sobre a empresa proprietária do avião, mas disse que a Polícia Civil deve investigar o caso.
Segundo Diogo Cabral, a hipótese mais provável é que, ao lançar herbicida para dessecação de soja para colheita, o produto químico tenha se espalhado pelo ar e atingido diversas casas de Araçá.
“Na comunidade Araçá, foi o primeiro caso registrado. Contudo, na comunidade Carranca, há pelos menos quatro anos, as pessoas estão sendo intoxicadas por lançamento de agrotóxico nos plantios de soja em Buriti. A Carranca também foi afetada pelo lançamento de veneno por avião e por maquinário terrestre”, destacou Diogo Cabral.
PROVIDÊNCIAS Em relação a quais providências foram tomadas para coibir essa prática, o advogado da Fetaema garantiu que foram oficiados o Conselho Nacional de Direitos Humanos, a Promotoria de Justiça de Buriti, o governo do Estado do Maranhão, a Defensoria Pública do Estado (DPE) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
NO TWITTER
Em sua conta no Twitter, Diogo Cabral (@diogotapuio), postou, na última terça-feira (27), um vídeo de André Lucas, com queimaduras nas pernas, braços, mãos e na cabeça. O vídeo tem duração de 45 minutos e mais de 11 mil visualizações.
Entre os comentários da postagem, Diogo diz também que é preciso banir aviação agrícola em todo o Brasil. “Os estados devem ser comprometidos em banir esse tipo de lançamento de veneno. É uma grave violação dos Direitos Humanos”, declarou Diogo.