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Fazendeiros são multados por pulverização de agrotóxicos que atingiu criança no Maranhão

Moradores relataram sintomas como tontura, dor de cabeça, ânsia de vômito, entre outros.  

Fonte: Redação / Brasil de Fatos

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) confirmou a atividade de pulverização aérea das fazendas São Bernardo, Belém e Brejão, no município de Buriti, distante 327 km de São Luís, que estariam atingindo a população das comunidades Araçá e Caranca, de acordo denúncias dos moradores. Na ocasião, as equipes da Secretaria e do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) identificaram que os fazendeiros não possuíam licenciamento ambiental da atividade de pulverização aérea, o que motivou embargo da atividade e também auto de notificação e infração no valor de 273 mil reais.

O pequeno André Lucas foi atingido pelo produto químico e sofreu queimaduras em várias partes do corpo (Foto: Divulgação)

No mês de abril, a pulverização irregular de agrotóxico atingiu André Lucas de Oliveira Lima, uma criança de sete anos, que teve queimaduras por todo o corpo. A contaminação ocorreu quando um avião despejou uma quantidade de herbicida sobre as casas e roças da localidade.

Leia Mais: Avião pulveriza agrotóxico sobre comunidade e atinge moradores no interior do Maranhão

Moradores relataram sintomas provocados pela pulverização irregular, como tontura, dor de cabeça, ânsia de vômito, entre outros.

A investigação continuou em visita à sede da empresa envolvida para coleta de amostras de agrotóxicos e apreensão de documentos que serão utilizados na continuidade da apuração de ocorrência de crimes ambientais.

A família de fazendeiros envolvidas no caso é composta por produtores tradicionais na cultura do algodão no Mato Grosso do Sul, que desde 2003 investe no plantio de soja no município de Buriti, na mesoregião leste do Maranhão.

Em consulta online, constam mais de 250 registros envolvendo o nome da Fazenda São Bernardo, que vão desde as denúncias por pulverização de agrotóxicos até desmatamento ilegal e tentativas de apropriação de áreas de comunidade quilombola e extrativista.

Providências

Desde o dia 03, equipes do Governo do Maranhão se reúnem com a comunidade e representantes públicos locais para discutir soluções para o problema apresentado. De acordo com o superintendente de Proteção e Defesa de Direitos Humanos da Sedihpop, Vitor Hugo Moraes, foram constatadas demandas em relação à segurança, regularização fundiária, segurança alimentar, saúde e meio ambiente. Diante disso, de forma emergencial, articulou-se a presença de equipes da SEMA e da SES para apurar as denúncias e garantir atendimento.

A SES esteve em campo com uma equipe de três médicos, destes, dois infectologista, que estão trabalhando no diagnóstico dos pacientes que alegam problemas de pele causados pela pulverização ilegal dos produtores de soja da região. Foram realizadas 23 consultas, que irão compor o relatório da saúde sobre a situação sanitária das comunidades. A atividade foi um atendimento inicial para avaliar infecção aguda e situação emergenciais.

Toda a articulação do Estado resultará na elaboração de um relatório em que serão consolidados os diagnósticos e encaminhamentos a curto, médio e longo prazo aos diversos órgãos envolvidos no processo para que sejam tomadas as providências cabíveis.

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