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Ministério da Saúde reforça vacinação e testagem em São Luís para conter variante indiana do coronavírus

As medidas fazem parte do esforço para conter a variante indiana do coronavírus

Fonte: André de Souza

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou neste domingo um reforço de 5% nas vacinas contra Covid-19 destinadas a São Luís e municípios próximos.

Ele foi até a cidade para entregar 600 mil testes rápidos. As duas medidas fazem parte do esforço para conter a variante indiana do coronavírus, que foi identificada no tripulante de um navio vindo da Malásia que passava pelo Maranhão. Em janeiro, quando a segunda onda da pandemia atingia mais duramente Manaus, o Ministério da Saúde anunciou medida semelhante, com um reforço na quantidade de vacinas enviadas ao Amazonas.

Queiroga também disse que o acordo de transferência tecnológica entre a empresa farmacêutica AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) será assinado durante a semana. Caso isso se concretize, a Fiocruz dará mais um passo para produzir inteiramente no Brasil a vacina de Oxford, o que depende também de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O ministro afirmou que a estratégia para conter a variante indiana no Brasil passa por vários pontos. Isso inclui a campanha de vacinação, a ampliação do programa de testagem, com até 20 milhões de teste rápidos, e orientações para população continuar adotando as chamadas medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e distanciamento social. No caso específico de São Luís, são 600 mil testes destinados aos portos, aeroportos, terminais rodoviários e rodovias de acesso à cidade. Além disso, a capitão maranhense e outros três municípios localizados na mesma ilha — Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar — terão 300 mil doses a mais das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.

O Ministério da Saúde também informou que providenciou o isolamento e testagem de todos os tripulantes o navio, e que já implementou a vacinação de todos os portuários e aeroportuários do Brasil.

— Nós todos estamos atentos à variante indiana, para que não tenha transmissão comunitária. Já hoje e ontem conversei com o secretário [de Saúde de São Luís], Joel [Nunes], e com o prefeito Eduardo [Braide], e ele fez um pleito, um pleito muito justo, que era ampliar a cobertura de vacinação em São Luís, na ilha, nas cidades da ilha. Foi acatado pelo programa nacional de imunização. Teremos 5% a mais de vacinas, isso é aproximadamente 300 mil doses neste primeiro momento. Além de que o governo federal, o Ministério da Saúde vai entregar ao secretário [de saúde odo Maranhão] Carlos Lula, ao secretário Joel 600 mil unidades do teste rápido para que possamos diagnosticar esses casos e eventualmente identificar essa variante indiana — afirmou Queiroga.

No sábado, Queiroga e o governador do Maranhão, Flávio Dino, bateram boca no Twitter. O governador disse que o secretário de Saúde do estado não foi consultado pelo Ministério da Saúde sobre o aparecimento da cepa indiana, enquanto Queiroga garantiu que conversou sim com Carlos Lula. Neste domingo o ministro negou que tenha ocorrido um mal estar com o governo do Maranhão. Ele também elogiou o trabalho do município de São Luís no combate à pandemia.

Queiroga disse ainda que o país já adquiriu mais de 500 milhões de doses — embora a maior parte não tenha sido entregue — e que isso é uma garantia de que toda a população adulta brasileira será imunizada até o fim de 2021. Citou ainda o acordo de transferência de tecnologia com a AstraZeneca. Atualmente, a Fiocruz importa todo o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) do produto, mas, uma vez assinado o acordo, poderá fazê-lo no Brasil.

Para isso, é preciso também aval da Anvisa. Em 30 de abril, a agência já havia permitido a Fiocruz a produzir o IFA no Brasil. Mas essa foi apenas uma primeira autorização, para que a Fiocruz possa fabricar em pequena escala vacinas com a substância feita no país. Ainda é necessário obter nova autorização para uma produção maior. De qualquer forma, ainda não foi possível iniciar nenhuma produção justamente porque o acordo com a AstraZeneca não foi firmado.

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