Construída no século XVII, a Igreja de São José do Desterro é uma das construções mais antigas de São Luís, e agora passa por um processo de revitalização, após mais de uma década sem nenhum tipo de restauração.
Executada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), as obras começaram em setembro, e estarão concluídas ainda em dezembro deste ano, conforme informou a gestão estadual. “O espaço será entregue revitalizado à população, sobretudo aos moradores do bairro do Desterro, que usam a igreja para atividades religiosas e comunitárias”.
A igreja do Desterro está vinculada à paroquia de Nossa Senhora da Vitória (na Igreja da Sé). O padre Roney Carvalho comemora a reforma e destaca a relevância do espaço para os moradores da área. “Além de antiga e importante como patrimônio cultural, é um espaço comunitário”. As missas, que acontecem às quarta-feira, às 19h, e no domingo, às 7h, foram suspensas por causa das obras, mas serão retomadas em dezembro. Os festejos de São José do Desterro acontecem em março e a de Nossa Senhora do Desterro em agosto.
As atividades religiosas são realizadas na Igreja do Desterro, mas o local é configurado, também, como um espaço cultural, aberto para visitação. É um anexo do Museus Histórico e Artístico do Maranhão (MHAMA), órgão da Secma. Essa padronização é resultado de um contrato, em regime de comodato, celebrado entre o Governo do Estado e a Arquidiocese de São Luís.
Por meio desse contrato, o Governo do Estado é responsável pelos serviços de segurança, limpeza e conservação. A diretora do MHAMA, Amélia Cunha, informa que são realizadas visitas monitoradas, agendadas por meio do endereço de Instagram https://instagram.com/capelas.ma?utm_medium=copy_link. “Esses serviços estão temporariamente suspensos por causa das obras mas, tão logo a restauração esteja concluída, voltaremos a retomar o agendamento”, disse ela.
Restauro
Os serviços incluem restauro da fachada e laterais. A igreja apresenta uma única torre sineira, à esquerda e de base quadrangular, encimada por coruchéus ligados por grades de ferro com a data “1868” na frente. A presença dos bulbos no frontão faz com que a igreja seja erroneamente classificada como bizantina. Todo esse conjunto arquitetônico está sendo cuidadosamente revitalizado.
Faz parte, também, do trabalho de restauro a área das cinco janelas voltadas para área externa, sendo as três centrais posteriores ao restante da fachada, assim como a torre; a porta central, ladeada por nichos; e duas outras portas encimadas por óculos.
Estão sendo feitas, também, a restauração das esquadrias, troca de todo o piso interno danificado, troca dos sistemas elétricos e hidráulicos e da cobertura. O trabalho é cuidadoso, pois, no interior da nave central, o piso é de lajotas de barro cozido, e o teto, em abóbada de berço. O altar-mor tem piso de cantaria e retábulo do século XIX, em estilo neoclássico.
O superintendente do Patrimônio Cultural do Estado, arquiteto e urbanista Luis Eduardo Longhi informou que os trabalhos estão conservando a arquitetura original da Igreja. “São feitas adaptações, sem interferir no visual original do imóvel”, explica.