Saiba mais sobre a cardiopatia congênita infantil

Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano

Fonte: Com Ministério da Saúde

As cardiopatias congênitas são um conjunto de malformações na estrutura ou na função do coração que surgem durante o desenvolvimento fetal. Essa condição está entre as malformações que mais matam na infância e ainda permanecem como a terceira causa de óbito no período neonatal (28 dias após o parto). A cada mil bebês, 10 nascem com algum tipo de condição. Por ano, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema no Brasil e aproximadamente 40% vão necessitar de cirurgia ainda no primeiro ano, o que representa 12 mil pacientes.

Classificadas em leves, moderadas e graves, as ocorrências podem ter desenvolvimentos distintos. No caso das leves, é possível uma evolução que resulte na resolução do quadro, como ocorre na comunicação interventricular (CIV), cardiopatia mais frequente no mundo. Os casos se apresentam no período fetal e, em até 80% das vezes, essa comunicação indevida tende a ser “fechada” naturalmente ainda na gestação ou até os dois anos de idade.

Já a classificação moderada envolve tratamentos medicamentosos que devem ser tratados evitando os tipos graves, que precisam ser resolvidos com tratamentos específicos, como as cardiopatias cianóticas. Essas são caracterizadas pela falta de oxigenação correta, em que a crianças pode até mesmo ficar roxa e com potencial para ocasionar complicações de saúde. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenção.

Fatores de risco

Existem fatores de risco para as cardiopatias congênitas, entretanto, estatísticas demonstram que 90% da incidência em crianças ocorre na gestação, sem fator de risco comprovado. A recomendação é evitar as principais causas para todas as malformações: tabagismo, alcoolismo e uso de determinados medicamentos. Além disso, é importante saber se há histórico da doença na família (principalmente quando envolve mãe, pai ou irmão/irmã).

Outros fatores de risco incluem condições maternas, como o diabetes (principalmente o tipo 1), mas também o diabetes gestacional, hipotireoidismo, hipertensão, lúpus, infecções como rubéola e sífilis.

Sinais de alerta

Algumas vezes, é possível que a doença só apareça mais tarde. Por isso, é importante identificar eventuais sintomas e, caso haja suspeita, consultar o pediatra. Os bebês com cardiopatia podem apresentar pontas dos dedos e/ou língua roxa, cansaço excessivo durante as mamadas, dificuldade em ganhar peso, irritação frequente e choro sem consolo.

Nas crianças, é observado cansaço excessivo durante a prática de atividades físicas, crescimento e ganho de peso de forma não adequada, lábios roxos, pele mais pálida depois de brincar muito, coração com ritmo acelerado e desmaio.

Teste do coração

O Ministério da Saúde incorporou o exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, como parte da triagem neonatal em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é capaz de detectar precocemente ocorrências graves e diminuir o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.

O exame é indicado para ser realizado em todos os recém-nascidos com mais de 34 semanas de idade gestacional. Além disso, é importante que seja feito entre 24 e 48 horas após o parto. Isso porque no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado. Após as primeiras 24 horas e até o segundo dia de vida, o risco de erro diminui de forma significativa e é considerado seguro para o diagnóstico de casos críticos.

Tratamento

O tratamento das cardiopatias congênitas pode incluir o uso de medicamentos e procedimentos como cateterismo e cirurgias. Para alguns pacientes, a indicação é um transplante de coração, mas esse tipo de procedimento é mais difícil em bebês.

Vale destacar que muitas vezes a intervenção logo após o diagnóstico é necessária para melhorar o prognóstico. O tratamento pode começar ainda na fase fetal, após um diagnóstico intrauterino e seguir por toda a vida. Existem situações que ao serem tratadas na infância, permitem o desenvolvimento de uma forma muito próxima da normalidade.

 

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