Incêndio em Atins: não dá para silenciar

Fogo destruiu dois movimentados restaurantes, que, felizmente, devido ao horário, estavam desocupados.

Fonte: Editorial Redação

Não dá para silenciar diante do incêndio que aterrorizou a Praia de Atins, na noite de segunda e madrugada dessa terça-feira, 3, destruindo dois movimentados restaurantes, que, felizmente, devido ao horário, estavam desocupados.

Reflexões devem ser feitas; afinal, trata-se de uma localidade da região dos Lençóis Maranhenses que está no auge do turismo e que, portanto, deveria ser fortemente estruturada. Atins não tem um posto de saúde nem uma corporação de Bombeiros.

Há cerca de um mês, como publicou o blog O INFORMANTE (JP Online), um visitante de 41 anos faleceu sem condições de receber um atendimento adequado. Depois de ter uma arritmia, ele sofreu parada cardíaca e morreu sem obter nenhum atendimento.

Em boa hora, o governador Carlos Brandão despertou para o problema – mais um entre os inúmeros que o estado enfrenta – e determinou, expressamente, que seja criado um Posto Avançado do Corpo de Bombeiros na praia de Atins.

Localizado entre o parque dos Lençóis e a desembocadura do rio Preguiças, no litoral do município de Barreirinhas, Atins poderia estar estruturada hoje para atender à expressiva demanda de turistas que recebe.

Há 15 anos, a empresa Gmarques Consultoria e Projetos elaborou o Plano Diretor (PD) do município de Barreirinhas e outras leis complementares. E entre elas, havia uma proposta de vilas para localidades do Atins, Caburé e Mandacaru. No entanto, representantes do Ibama e da Prefeitura de Barreirinhas não aceitaram a proposta de planejamento e ordenamento de vilas feitas.

Com argumentos radicais disseram que Atins não deveria permitir expansão. Em reuniões e audiências lotadas, a empresa ponderou que falta de regramento+ falta de controle dos órgãos resultaria em expansão de uso e ocupação ilimitada e caótica, com ameaças ao meio ambiente, à sociedade e à segurança. Atins ficou sem regramento algum de uso e ocupação devido à decisão de órgãos públicos; sobretudo, o IBAMA.

A notícia do sinistro e o caos local foram anunciados ‘lá atrás’. Além disso, cabe acrescentar que a falta de ordenamento de uso e ocupação e a falta de estrutura de vila vão gerar ainda problemas graves de saneamento e saúde no Atins, como também foi alertado há 15 anos.

Por fim, governo não deve ser pautado por demagogia e oportunismo de ocasião, nem visão conjuntural, pois todo Estado que avançou assumiu o papel de liderar o desenvolvimento (local ou regional), por meio de planejamento e ações estruturantes integradas econômicas, sociais e ambientais.

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