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Brasileiros resgatam 27% mais pontos e milhas em programas de fidelidade

Faturamento bruto do setor chegou a R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, 49,3% a mais do que um ano antes, diz Abemf

Fonte: Raquel Brandão

Mais íntimo dos programas de fidelidade de cartões de crédito, companhias aéreas e varejistas, o consumidor brasileiro também aproveitou dos benefícios ganhos em pontos e milhas para economizar.

Os pontos resgatados, ou seja, usados para aquisição de produtos ou serviços, chegaram a 102 bilhões no terceiro trimestre de 2022. O número da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), obtido pelo portal Exame, é 27,1% maior do que no terceiro trimestre de 2021 e 55,8% acima do mesmo período de 2019, ano anterior à pandemia.

“Houve muita vazão em micro recompensas, como crédito para gastar no Uber, no Netflix ou para ter desconto em uma compra de supermercado”, conta Emerson Moreira, presidente da associação. “Na pandemia todo mundo usou pontos para economizar”, completa ele.

Em linha com esse cenário, o número de cadastros em programas de fidelidade também cresceu. Ficou 8,4% maior, chegando a 189,1 milhões de cadastros (vale destacar que uma pessoa pode se cadastrar em diversos programas).

Apesar do uso mais frequente, a perda de pontos e milhas por vencimento do prazo de resgate ficou estável em 15,8%. Mas, diz Moreira, esse é um percentual baixo para a média histórica do setor.

A preocupação, agora, é com o cenário macroeconômico. Com mais famílias endividadas e juros elevados, o consumo por cartão de crédito, principal gerador de pontos, diminui. A taxa de câmbio também impacta. Quando tá na casa de R$ 5,20, gera muito menos pontos para as pessoas trocarem por benefícios.

“A vantagem é que mais varejistas têm criado programas próprios em seus ecossistemas e que não dependem de pagamento por cartão de crédito”, conta o presidente da Abemf.

Mais programas de fidelidade

No terceiro trimestre, os pontos/milhas emitidos atingiram o montante de 138,2 bilhões. Esse número é 54,6% maior do que o registrado no mesmo período de 2021, e 86,6% acima de 2019. Isso mostra que mesmo para números pré-pandemia, a alta é representativa. Desses, 6,2% vieram de passagens aéreas e 93,6% foram recebidos por meio de compras feitas no Varejo, Indústria e Serviços.

“Indústria está crescendo. Já tem até empresas do setor agro, da construção civil, etc. Mercado mudou demais: mudou para outros setores e com bancos cada vez mais desenvolvendo seus próprios programas”, conta Moreira.

Segundo ele, os programas de fidelização vêm sendo entendidos pelas empresas como ferramentas relevantes e mais econômicas de captação de clientes e geração de relações de longo prazo. “Além disso, os modelos de cashback cresceram e esse é o principal impulsionador dos negócios nos próximos anos”, diz, destacando que a associação tem buscado se aproximar de companhias de cashback ou que tenham programas assim.

O faturamento bruto das companhias associadas à entidade chegou a R$ 2,5 bilhões no período, 49,3% a mais do que no terceiro trimestre de 2021 e 33,1% maior do que em 2019.

 

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