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Mortes ocorridas no Complexo de Pedrinhas em 2013 é tema de livro

Cenas de barbárie medieval foram registradas no presídio, como decapitações e detentos esfolados vivos.

Fonte: Com informações da DPE-MA

A defensora pública estadual Isabella Miranda lança, nesta quinta-feira (11), o livro “Racismo, colonialidade e necropolítica em discursos e práticas criminais”. A obra, que é fruto de dissertação, apresenta uma análise dos processos criminais em que figuraram como réus 15 presos mortos no interior do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, há uma década, em São Luís.

Mortes ocorridas no Complexo de Pedrinhas em 2013 é tema de livro (Foto: Zanone Fraissat / Folhapress)

Em 2013, as atenções do mundo se voltaram para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas por causa das cenas de barbárie medieval: decapitações, detentos esfolados vivos e cadáveres empilhados após brigas de facções criminosas.

Um total de 15 das mortes registradas durante essa crise compuseram o objeto sob o qual a autora se debruçou para discutir o racismo institucional presente na construção da etiqueta “criminoso” e sua relação com possibilidades de morte concreta e historicamente colocadas à população negra e indígena.

Além do diálogo entre a criminologia crítica e o pensamento pós-colonial, o tema foi analisado também à luz da base material composta pela experiência como defensora pública criminal no Estado do Maranhão. Documentos públicos foram utilizados para contextualizar as mortes de 2013, assim como relatos de campo, realizados a partir de etnografia do Fórum de São Luís.

A análise discursiva dos processos foi realizada sob a perspectiva teórica e metodológica da Análise de Discurso Crítica (ADC). As análises permitiram concluir que a colonialidade do poder punitivo, a necropolítica e a articulação entre massacre e burocracia é o que sustenta a falta de escândalo com a supressão de direitos e, consequentemente, com as mortes estudadas.

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