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Bicheiros do Rio viram réus por envolvimento na morte de empresário na Avenida Litorânea

Vítima foi executada por tentar implantar sites de apostas em futebol na cidade de São Luís.

Fonte: Com informações de Henrique Coelho, Marco Antônio Martins e Matheus Rodrigues, g1 Rio

No dia 12 de fevereiro do ano de 2021, o empresário Vinícius Nazon Moraes Borges, de 30 anos, natural de Goiânia, foi executado com vários tiros em uma barraca na Avenida Litorânea, em São Luís. A vítima estava no local na companhia da esposa e um filho, quando precisou ir ao carro, e foi surpreendida por dois indivíduos que desceram de um veículo Gol, sem placas, e efetuaram os disparos.

Bruno Vinícius foi executado em uma barraca na Avenida Litorânea (Foto: Divulgação)

Um terceiro suspeito que estava dirigindo o carro estacionou um pouco mais à frente do local do crime e aguardou a dupla de executores. Em seguida, fugiram em alta velocidade.

O mercado de apostas esportivas e disputas pelo jogo do bicho da região foram as motivações do crime, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Maranhão (MPMA). O caso está na Justiça maranhense.

Bicheiros envolvidos

Bicheiros do Rio de Janeiro são acusados de envolvimento no assassinato do empresário goiano Bruno Vinícius Nazon de Moraes. Segundo a investigação, o crime foi encomendado por Márcio Augusto Guedes Gregório, conhecido como Márcio Careca. Ele é gerente no estado nordestino da ParaTodos Rio – como o grupo de contraventores do Rio é conhecido no mundo do jogo ilegal.

De acordo com o MP, Bruno de Moraes veio até o Maranhão para divulgar na comunidade local dois sites de apostas em jogos de futebol que pertencia ao grupo dele. Os promotores apuraram que a disputa pelo mercado desagradou o grupo do Rio, que se apresentou como responsável pelo jogo no estado: bicho, caça-níquel e apostas.

“O motivo do crime seria o fato de a vítima ter dois sites de apostas de jogos de futebol, Bets e Gol’ bem como trabalhar com o jogo do bicho”, diz a denúncia do MPMA.

As investigações mostram que os contraventores do Rio gerenciavam operações do jogo ilegal em São Luís por meio de Márcio Careca.

Ainda de acordo com a investigação, Careca contratou dois matadores de aluguel do Rio para cometer o crime: José Gomes da Rocha Neto, o Kiko, e Alfredo dos Santos Júnior, o Velho.

Os investigadores dizem que Márcio Careca, gerente da banca ParaTodos Rio no Maranhão, disputava a exploração do jogo do bicho no estado com a banca chefiada por Bruno Moraes, de Goiás. Com o conflito, Careca “sugeriu” que seu rival encerrasse a atuação em São Luís, mas ele não teria aceitado, aponta o inquérito.

No dia 9 de fevereiro de 2021, segundo as investigações, Careca começou a planejar o crime, que terminou com o assassinato de Bruno três dias depois, em 12 de fevereiro.

Sete pessoas são rés na Justiça do Maranhão. Seis deles respondem em liberdade por homicídio doloso duplamente qualificado e participação na contravenção, e um responde só pela contravenção.

Se condenados, as penas pelo assassinato variam de 6 a 20 anos de prisão, podendo aumentar por ser considerada por ter ocorrido por um motivo torpe e sem possibilidade de defesa do empresário. A participação na contravenção pode atingir até 5 anos de prisão.

Os réus no processo:

Márcio Augusto Guedes Gregório, o Márcio Careca
José Gomes da Rocha Neto, o Kiko
Alfredo dos Santos Júnior, o Velho
José Martins dos Santos, o Baiano
Thiago Rodrigues da Rocha Nunes, o SD Nunes
José de Ribamar Sodré Veloso
Gilderlene Lopes Machado (responde apenas pela contravenção)

Três deles (Márcio Careca, Baiano, SD Nunes) chegaram a ser presos, mas obtiveram decisões judiciais e respondem a ação em liberdade.

Como não foram presos até o momento, Kiko e Velho tiveram o processo desmembrado para que não paralisasse a ação contra os outros envolvidos. Respondem pelo crime em um processo próprio e ainda são procurados pela Justiça.

Uma testemunha ouvida na investigação afirmou que a banca ParaTodos Rio tinha mais de 80 pontos de apostas espalhados por toda a cidade de São Luís.

Gilderlene Lopes, dona de uma das bancas, disse que arrecadava cerca de 15% de cada aposta feita em jogos de futebol (Bets). Ela foi denunciada como integrante da ParaTodos Rio no controle do jogo do bicho no estado.

Os sites de apostas “Bets” e “Gol” que Bruno tentou implantar no Maranhão não são encontrados na rede. Pessoas ouvidas pela reportagem acreditam que as páginas tenham sido retiradas do ar com o assassinato do empresário goiano. A “Look”, empresa da qual Bruno era gerente em Goiás ainda se mantém ativa.

Os investigadores afirmam ainda que havia um grupo chamado de Bonde do Barão, que tinha a função de intimidar e agredir integrantes de bancas rivais.

O bonde era composto por integrantes das forças de segurança do Maranhão que foram corrompidos, segundo a denúncia.

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