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Após divulgar vídeo em que diz “adorar crimes passionais”, advogada é alvo de processo

Segundo a causídica, a data comemorativa combina com esse tipo de crime violento.

Fonte: Com informações do Portal Meio Norte

O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu iniciar um procedimento para investigar uma possível infração ético-disciplinar cometida pela advogada Élida Fabrícia, após ela divulgar um vídeo que causou polêmima nas redes sociais.

Élida Fabrícia gravou um vídeo com pedido de desculpas (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

No vídeo, publicado no Dia dos Namorados, a advogada piauiense diz que “adora crimes passionais”. Segundo ela, a data comemorativa combina com esse tipo de crime violento.

“Dia dos namorados chegando e isso me faz lembrar aquele gostinho extravagante da advogada criminalista. Pode falar isso? Mas eu adoro um crime passional. Adoro quando chega aquele processo quentinho, gostosinho, bem formado com crime passional”, afirmou ela.

Ainda no vídeo, a advogada criminalista acrescenta que crimes passionais são os mais interessantes e também aconselha os seguidores a não cometer tal delito, mas caso contrário, entrar em contato com ela.

“São os tipos de crimes mais interessantes para a gente trabalhar no Tribunal do Júri. Dia dos namorados combina com crime passional. Não faz isso, mas se fizer me liga”, finalizou.

Élida Fabrícia é Conselheira Federal da OAB e presidente da Comissão de Defesa do Tribunal do Júri da OAB Nacional. Ela informou ao presidente nacional da Ordem, Beto Simonetti, que solicitará afastamento de suas funções.

De acordo com Simonetti, “a OAB rejeita veementemente qualquer estímulo à prática de crimes e tem se empenhado ativamente na defesa das mulheres, combatendo qualquer forma de violência de gênero”. Ele também destaca que a advogada terá direito à ampla defesa e ao contraditório durante o processo.

Pedido de desculpas

Élida Fabrícia se pronunciou na noite dessa terça-feira (13). “Não se trata de forma alguma de uma apologia ao crime ou de incentivo e depreciação de vidas de mulheres. Até porque no meu entendimento existe uma grande diferença entre feminicídio e crime passional”, disse ela.

Em outro trecho do vídeo, Élida afirma: “O que a gente precisa lembrar é que realmente a advogacia criminal é vista, já é recebida com certo preconceito porque nós enquanto advogados e advogadas estamos ao lado daquelas pessoas que estão no degrau mais baixo, de degradação, sendo acusados por crimes. Algumas vezes inocentes, mas muitas vezes também culpados. E sendo inocente ou culpado essa pessoa vai ter direito a uma defesa e se não formos os advogados criminais serão defensores públicos porque sem defesa um acusado não pode ficar”, afirmou.

“Eu gostaria de pedir as minhas desculpas para quem se sentiu ofendido. Realmente não se trata de nenhum tipo de agressão ou de incentivo a crimes contra as mulheres até porque eu sou uma defensora e combato os crimes contra mulheres”, completou.

OAB se pronuncia

Em nota, a OAB Piauí afirmou que o vídeo veiculado nas redes sociais pela Conselheira Federal Élida Fabrícia não corresponde com o pensamento da instituição. “A instituição, através de todos os seus membros e membras, é reconhecida por trabalhar para combater as violências, especialmente a violência contra mulher infelizmente ainda tão frequente em nosso Estado”.

A Ordem acrescentou que a Corregedoria e o Tribunal de Ética darão ciência ao Conselho Federal para apurar o caso.

Confira a nota na íntegra

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, informa que o vídeo veiculado nas redes sociais pela Conselheira Federal Élida Fabrícia, não corresponde com o pensamento da instituição.

A instituição, através de todos os seus membros e membras, é reconhecida por trabalhar para combater as violências, especialmente a violência contra mulher infelizmente ainda tão frequente em nosso Estado.

A OAB-PI enfatiza que Advogados e Advogadas trabalham em função da Justiça no respeito aos direitos e são importantes atores na prevenção de crimes de maior proporção.

A OAB-PI informa que a Corregedoria da OAB-PI e o Tribunal de Ética darão ciência ao Conselho Federal, a quem compete apurar o caso.

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