A Polícia Civil do Maranhão informou que está cobrando providências sobre o caso de uma investigadora maranhense que foi agredida com ripadas nas nádegas, durante um curso de capacitação da PM realizado pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará. O episódio ganhou repercussão nacional nessa terça-feira, 20, após a policial fazer a denúncia.
A policial afirmou que ela e outras 21 mulheres foram agredidas com ripadas de madeira por outro militar, e acabou desistindo do curso após o caso. A agressão aconteceu em maio, mas só veio a público neste mês de junho.
A vítima publicou as imagens das nádegas com hematomas e questionou a ação do agente. As agressões teriam ocorrido por causa do sumiço de uma fatia de pizza. Outra policial maranhense também foi agredida no mesmo curso.
“Sim, essa sou eu, vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso! Um cabo da polícia militar do Tocantins, que mesmo depois do ocorrido está sendo ovacionado pela instituição e por todos que participaram do curso. Curso tático feminino deveria, sim, ser direcionado apenas para mulheres”, relatou a policial maranhense, em postagem nas redes sociais.
O autor das agressões seria um instrutor da Polícia Militar do Tocantins, que não teve o nome divulgado, e ministrava treinamento de defesa pessoal para mulheres militares de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí.
O delegado-geral de Polícia Civil do Maranhão, Jair Paiva, informou que está cobrando a devida punição dos envolvidos.
“Já entrei em contato com a investigadora e o Delegado Geral da Polícia Civil do Ceará para que fornecer todo apoio necessário. O caso foi registrado na Casa da Mulher Brasileira de Fortaleza, e depois encaminhado para São Luís. Queremos a apuração do caso e a punição, no âmbito criminal, de todos os envolvidos”, frisou o delegado.
O governador Carlos Brandão se manifestou, em suas redes sociais, sobre o fato: “O Sistema de Segurança Pública do Maranhão segue acompanhando de perto o caso da policial maranhense que sofreu agressão durante um curso no Ceará. Estamos fornecendo o apoio necessário à vítima. Agradecemos a colaboração da Polícia Civil cearense”.
Investigação no Ceará
A Secretaria da Segurança Pública do Ceará afirmou que tomou conhecimento da denúncia de agressão durante o curso e diz que abriu uma investigação para apurar o caso.
“A Secretaria da Segurança ressalta que um inquérito policial para apurar o fato foi instaurado na Delegacia de Defesa da Mulher, onde foram realizadas oitivas e a vítima recebeu todo acolhimento, além de ser encaminhada para a realização de exame de corpo de delito”, diz a pasta.
A Controladoria Geral de Disciplina, que investiga denúncias contra agentes de segurança no Ceará, também abriu procedimento disciplinar para investigar o caso no âmbito administrativo.