Um suposto novo filho abre outro capítulo nas polêmicas sobre a herança do apresentador Gugu Liberato, que morreu em 2019. Os três filhos de Gugu tiveram conhecimento da reivindicação de um homem, identificado como Ricardo Rocha, de 48 anos, alegando ser herdeiro do apresentador. O pedido de um teste de DNA já foi oficializado.
Ricardo é dono de uma concessionária que que comercializa marcas famosas, como Porsche, Land Rover e BMW, localizada na região de Pirituba, na Zona Norte de São Paulo.
O empresário se encontra viajando, e o último registro em seu perfil no Instagram foi o de um avião que sobrevoava a cidade de Teresina, no início de maio. No áudio da publicação, um comentário reflexivo fala sobre o tempo que se gasta com saúde para conseguir dinheiro e o tempo que se gasta com dinheiro para recuperar a saúde.
A figura de Ricardo Rocha ficou conhecida depois da última quarta-feira, quando aconteceu mais uma audiência para decidir se Rose Mirian teve uma união estável com Gugu Liberato e, portanto, se tem direito à herança do apresentador.
Os familiares foram avisados ali mesmo de que um oficial de Justiça estava no local para entregar a eles uma intimação. Desta forma, os quatro souberam que existia uma ação de investigação de paternidade “post mortem” contra Gugu Liberato, e que se tratava de Ricardo. O comerciante pede, no documento, o que lhe caberia na herança caso se prove que ele é, mesmo, irmão dos herdeiros já reconhecidos.
Para provar que também é filho de Gugu, ele solicita que os supostos parentes se submetam a exame de DNA. Caso se neguem, pede que o corpo do apresentador seja exumado para realização do teste.
Em nota, o advogado de Marina e Sofia Liberato, Nelson Wilians, diz que ainda está se inteirando sobre a ação de investigação de paternidade, mas não vê motivos para suas clientes não fazerem o teste de DNA.
“A princípio não há motivo de suas clientes se recusarem a colaborar com um pedido de realização de exame de DNA, caso seja pertinente perante a lei”, esclarece a nota.
Segundo a intimação, a mãe de Ricardo, identificada como Otacília Gomes da Silva, teria conhecido Gugu no segundo semestre de 1973, em uma padaria que existia na rua Aimberê, no 458, bairro de Perdizes, nesta capital. A petição informa que “a genitora” trabalhava como babá e empregada doméstica na residência de uma família nipônica que morava ao lado da panificadora.
Ela ia diariamente à padaria, “oportunidade em que se encontrava com Gugu que, muito comunicativo, a flertava e, com o passar do tempo houve a evolução da amizade, alguns passeios, culminando em relacionamento íntimo entre eles”.
Ainda conforme a intimação, em 1974, depois de passar férias com a família para a qual trabalhava no litoral paulista, ela retornou e constatou a gravidez.
Otacília teria procurado Gugu para “lhe informar a novidade”. Mas “este não mais foi encontrado naquele comércio, perdendo totalmente o contato”.
Quando Gugu iniciou sua carreira televisiva, diz a intimação, o adolescente começou a acompanhá-lo à distância, mas “entendeu protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro”.
Com a morte de Gugu e a disputa pela herança, Ricardo teria decidido buscar seus direitos, movendo a ação de paternidade.
O que mudaria com o ‘novo’ filho?
De acordo com a advogada especialista em direito de família e sucessões, Bruna Rinaldi, dois cenários são possíveis caso Ricardo Rocha comprove a paternidade do apresentador.
Nesse caso, os 50% chamados de parte legítima serão divididos entre Augusto, Marina e Sofia – todos frutos da antiga relação com Rose Di Miriam – e Ricardo. A divisão dos sobrinhos permanece igual por serem herdeiros testamentários.
Porém, se também ficar comprovado que Gugu não sabia que era pai de Ricardo Rocha, o testamento poderia ser anulado, com os quatro filhos dividindo a totalidade dos 100% do patrimônio.