Após o agente de trânsito Wiryland Oliveira ser assassinado, durante o procedimento de remoção de uma Mercedes, no bairro do João Paulo, em São Luís, nesse sábado, 24, os colegas Valdenir Aroucha Gomes e Lígia Maria da Silva Sousa, além do motorista do carro-guincho Diego Rosa Correa, prestaram depoimento na sede da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Após matar Wirylando com um tiro na cabeça, Edgar Costa Nogueira, conhecido como Carioca, ainda perseguiu os outros outros dois agentes e o motorista, com um revólver em punho.
Em depoimento, a agente Ligia Maria da Silva Sousa relatou que estava em uma ronda de rotina com a vítima e Valdenir Aroucha Gomes, quando, em determinado momento, avistaram a Mercedez Bens C180 TURBO, placa OSM 2C44, estacionada em local proibido.
Segundo a agente, eles entraram em contato com o guincho para que fosse realizada a remoção do veículo, conforme o procedimento padrão.
Quando metade do veículo já se encontrava na prancha para subir até o guincho, segundo Lígia, Edgar apareceu e passou a insistir, inicialmente, em retirar o automóvel do local. Nesse momento, conforme a agente, foi constatado que ele não possuía habilitação.
A agente frisou Edgar apresentava um comportamento um pouco agressivo, ao ver o seu carro ser rebocado. No entanto, depois das explicações de como poderia retirá-lo, mostrou-se aparentemente mais calmo.
Ligia disse que estava filmando a ocorrência, mas, em um certo momento, parou a gravação por achar que o assunto já estivesse resolvido. Logo depois, narrou que viu o autor sacar uma arma da cintura e disparar na direção do agente Wiryland, que caiu sangrando no chão.
Lígia acrescentou que, no momento do disparo, Edgar estava posicionado atrás da vítima, e o acertou pelas costas, quando quando Wiryland ia virando o rosto após o autor dizer algo.
Após o disparo, Edgar apontou a arma para o motorista do guincho e ao outro agente, e correu atrás deles. Logo depois, o autor do crime deu a volta no guincho e iniciou uma perseguição a Lígia, que seguiu em disparada a direção da loja Hidroluz, onde se escondeu. Em seguida, o assassino evadiu-se do local, tomando rumo ignorado.
Depoimento de Valdenir
O agente de trânsito Valdenir, por sua vez, narrou ter presenciado o crime, inclusive afirmando que o próprio teria sido vítima de uma investida do autor, logo após ele ter atirado em Wiryland.
Da mesma forma, o operador de guincho, Diego Rosa, prestou depoimento e disse que presenciou o disparo contra a vítima. Ele reconheceu Edgar como sendo o autor do delito, e afirmou que igualmente foi perseguido por ele, logo após o crime.
Preso em São José de Ribamar
A Polícia Civil prendeu, na tarde deste sábado, 24, Edgar Costa, conhecido como “Carioca”, principal suspeito de ter assassinado o agente da SMTT, Wiryland Oliveira, no bairro João Paulo, em São Luís. O investigado foi capturado em uma casa no município de São José de Ribamar.
Após receber voz de prisão em flagrante, Edgar foi levado para prestar depoimento. Conforme a polícia, o suspeito ainda enterrou a arma utilizada no crime, um revolver calibre 38.
Durante a investigação, foram encontradas agendas pertencentes a Edgar, revelando uma série de negócios relacionados à agiotagem. As anotações continham informações detalhadas sobre devedores e sugeriam envolvimento em empréstimos ilegais, além de cobranças, muitas vezes, violentas.
Wiryland Oliveira, de 40 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no início da manhã deste sábado, 24, na Avenida São Marçal, no bairro do João Paulo, em São Luís. A vítima era agente de trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT).
De acordo com a polícia, uma equipe da SMTT estava efetuando o guinchamento de uma Mercedes de cor branca, que estava estacionada em local proibido, e então teria ocorrido um desentendimento entre a vítima e o proprietário, inconformado com a remoção do veículo.
Em dado momento, o condutor puxou a arma e efetuou o disparo na cabeça do agente de trânsito, que tombou morto no local. O autor do crime fugiu em seguida, e até o momento não foi localizado. Informações apontam que ele seria um agiota que atua na feira do João Paulo.
“A gente teve informações de que se trata de um agiota aqui da feira, o autor do crime. Eles (os agentes de trânsito) estavam
fazendo o trabalho, quando o rapaz voltou e atirou pelas costas do agente. E ele ainda tentou balear a outra agente”, explicou um
sargento do 9º Batalhão de Polícia Militar.