Articulação entre várias instituições busca tornar Maranhão exportador de frutas

Projeto do Senai-MA de verticalização da cadeia do abacaxi Turiaçu deve se tornar carro-chefe dessa iniciativa.

Fonte: Redação / Assessoria

O Maranhão é visto com grande potencial para se tornar um estado exportador de frutas a exigentes mercados como Estados Unidos e Europa. O Senai Maranhão já desenvolve pesquisa avançada com o abacaxi Turiaçu e quer ampliar esse trabalho para outras frutas com a colaboração do Senai Pernambuco, que tem vasta experiência na verticalização da cadeia produtiva da fruticultura no Vale do São Francisco.

Secretário José Reinaldo com representantes das outras instituições que participaram da
reunião na Fiema (Foto: Divulgação)

Em reunião realizada na última terça-feira (11) na Fiema, o governo Carlos Brandão sinalizou para a assinatura de convênio com o Instituto de Tecnologia e Inovação/Senai-PE com esse objetivo.

O diretor de Inovação e Tecnologia do Senai Pernambuco, Oziel Alves, foi convidado a fazer uma apresentação sobre o trabalho realizado em Petrolina (PE) em fruticultura voltada para exportação. Ele disse que iniciativas como essa são muito importantes para o desenvolvimento de todo o Nordeste, que possui recursos naturais a favor.

“Em Pernambuco, integramos a cadeia produtiva da fruticultura com o agronegócio. O Senai possui uma rede de Institutos de Inovação e Tecnologia espalhados pelo Brasil que focam em soluções para as indústrias e o mesmo pode ser feito no Maranhão”, disse Oziel.

O Senai informou que atua com base em quatro pilares: pesquisa, desenvolvimento e inovação; cadeias de fornecedores; serviços especializados e treinamento, além de desenvolver novas indústrias. Em Petrolina foi criado um cluster de Inovação em torno do setor agrícola com participação das indústrias de fertilizantes, de energia, de alimentos e bebidas, de manufatura de equipamentos, de química e biotecnologia, de serviços intensivos em tecnologia, além dos produtores.

“Os clusters regionais de Inovação contam com a participação de empresas, Governo, academia, empreendedores e instituições de financiamento como pilares. Percebo que o Maranhão organiza o trabalho nessa direção e isso é um bom começo”, frisou Oziel.

Outro assunto bastante debatido na reunião foi a necessidade de padronização e rastreabilidade de toda a produção, o que auxilia na obtenção de certificações e selos que atestam a qualidade dos produtos e abrem portas para a aceitação em mercados como Estados Unidos e Europa. Em todas essas áreas, o Senai tem expertise para apoiar a produção. E é isso que deve ocorrer no Maranhão com a intenção do Governo do Estado em assinar convênio com o Senai Pernambuco.

“O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos (Sedepe) anunciou durante a reunião que o Maranhão quer fazer um “atalho” ao aproveitar toda a expertise do Senai-PE, gerar desenvolvimento econômico e social e somar com a fruticultura do Nordeste.

ABACAXI TURIAÇU

O potencial de verticalização da cadeia produtiva da fruticultura é imenso e vai muito além da indústria alimentícia. Passa, por exemplo, pela produção de energia a partir de biomassa ou ainda de aproveitamento na indústria de cosméticos. As possibilidades são muitas, como mostra a experiência do Senai Maranhão com o abacaxi Turiaçu.

“O Senai-MA, junto ao Governo do Estado, é um indutor da verticalização de cadeias produtivas promissoras para o Maranhão, a exemplo da fruticultura e especialmente do abacaxi. Por isso é importante trabalhar parcerias e investimentos”, explicou o diretor do Senai-MA, Raimundo Arruda.

Durante a reunião, foi apresentado o projeto com o abacaxi Turiaçu desenvolvido pelo Senai Maranhão e que já chegou a produzir 35 subprodutos da fruta. São polpas, geleias, farinhas, suco concentrado, passas, entre outros.

O instrutor na área de Alimentos e Bebidas, Marcos Aurélio Cruz, explicou que foram criados produtos como gel, molhos para churrasco e até abacaxi em folha, itens que demonstram o potencial do aproveitamento integral da fruta, facilita o transporte porque está concentrado em pequenas porções e atende a demandas mais sofisticadas, ‘gourmetizadas’.

O mesmo processo aplicado ao abacaxi Turiaçu pode ser adotado para outras frutas como juçara, manga e cupuaçu, apenas para citar alguns exemplos.

O vice-presidente executivo da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão, Luiz Fernando Renner, que conduziu a reunião, reforçou o papel das parcerias de diversas instituições consorciadas para tornar o Maranhão um estado exportador de frutas.

“Estamos consolidando a parceria com o governo do Estado e propiciando a agregação de conhecimento sobre o tema’, falou Renner. Também participaram da reunião representantes da Uema, Emap, Faema, Embrapa, entre outras instituições.

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