Uma advogada de 48 anos foi encontrada morta, no último domingo, 13, em Cuiabá. Conforme a polícia, Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni apresentava sinais de violência sexual, conforme os laudos preliminares da perícia, divulgados nessa terça-feira, 15.
A Polícia Civil, no entanto, não trata o caso como estupro qualificado por homicídio, mas, sim, feminicídio. Para o delegado Marcel Gomes de Oliveira, responsável pela investigação, a vítima foi “espancada e asfixiada até a morte pelo fato de ser mulher”.
Preso preventivamente, o suspeito do crime é o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, que foi autuado em flagrante por feminicídio. Nessa segunda-feira, a prisão foi convertida em preventiva.
De acordo com os investigadores, há “diversos indícios da autoria do suspeito do crime”. Ele havia conhecido Cristiane na noite do assassinato em um bar situado na capital mato-grossense.
Cristiane foi encontrada pelo próprio irmão. Ele localizou a vítima dentro de um veículo no bairro Parque das Águas, após usar um aplicativo de rastreamento. A advogada apresentava várias lesões aparentes por espancamento e foi morta por asfixia, de acordo com a polícia.
O irmão se encarregou de levar o corpo de Cristiane para um hospital por volta das 14h25 de domingo. As investigações começaram após a Polícia Civil ser acionada pela unidade de saúde para a liberação dos restos mortais.
Encontro com o assassino
Cristiane havia passado a tarde de sábado em um churrasco com a família e amigos. Por volta das 22h, ela decidiu ir a um bar nas proximidades da Arena Pantanal. No estabelecimento ela conheceu Reis, e depois deixou de manter contato com seus parentes.
Preocupado, o irmão da vítima acessou um aplicativo que indicou que o celular dela estaria no Parque das Águas. Ele foi até o local e encontrou Cristiane dentro do próprio carro, um veículo Jeep, desacordada no banco do passageiro.
Os investigadores chegaram ao suspeito do crime após descobrirem que a vítima esteve em uma casa no bairro Santa Amália. Imagens de câmeras de segurança mostraram o carro de Cristiane saindo da residência, na parte da manhã, com Reis na direção. O acusado admitiu ter dormido com a vítima na residência.
]De acordo com a polícia, Reis deu declarações contraditórias ao ser questionado sobre o envolvimento com a morte de Cristiane. “Na casa, os policiais da DHPP, do IML e da Criminalística colheram diversos indícios da autoria do suspeito no crime”, informou a polícia.
“Foi um crime bárbaro que ficou caracterizado pelo feminicídio praticado em razão do gênero da vítima, que foi espancada e asfixiada até a morte pelo fato de ser mulher”, disse Oliveira.