A Justiça do Piauí concedeu prisão domiciliar ao ex-coronel José Viriato Correia Lima, que estava preso em regime fechado desde o ano de 1999, após ser condenado a 129 anos de prisão por comandar uma organização criminosa.
A decisão foi dada pelo juiz da Vara de Execuções Penais, em Meio Fechado e Semiaberto da Comarca de Teresina, após a defesa do condenado entrar com pedido de liberdade.
O ex-militar estava cumprindo pena na Unidade de Apoio Prisional (UPA), da Cadeia Pública de Altos, região Metropolitana de Teresina, onde era acompanhado por uma equipe médica.
No início do mês de novembro, o ex-coronel sofreu um avanço no quadro de saúde e precisou ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde segue internado, sob custódia do Estado.
Assim que receber alta médica, o ex-militar será encaminhado para casa de familiares na cidade de Iguatu, no Ceará, seu estado natal, onde deve ficar em prisão domiciliar por cerca cerca de 90 dias.
Condenações
Correia Lima é apontado pela polícia como o chefe do crime organizado no Piauí e atuação em outros estados, inclusive no Maranhão. Ele está preso desde 1998, após receber diversas condenações.
Em 2015, Correia Lima foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pela morte do professor e engenheiro José Ferreira Castelo Branco, conhecido como Castelinho.
Além de Correia Lima, a esposa da vítima, também foi condenada. Os dois foram apontados como mandantes e autores intelectuais do assassinato, que ocorreu em 1999. Francisco Moreira, um soldado da reserva remunerada do Piauí, acusado de ser o executor, foi sentenciado a 23 anos em regime fechado.
Conforme as investigações, Ana Zélia, esposa de Castelinho, temia o divórcio e entrou em contato com Correia Lima para encomendar a morte do marido. A operação para executar o crime foi de R$ 70 mil.
Correia Lima também é envolvido na morte do policial militar cabo Honório Rodrigues. O corpo do PM foi encontrado em 1988 dentro de uma chácara em Teresina, com um tiro de escopeta na cabeça.
O ex-coronel também foi julgado pela morte de Claudemir Antônio França, o Mauro Gaúcho, ocorrida em 11 de junho de 1998, na zona rural de Redenção do Gurgueia, localizado a 691 km ao sul de Teresina.
Mauro Gaúcho foi morto com um tiro de escopeta e teve o corpo carbonizado. Ele teria sido assassinado pelo desvio de carga roubada do grupo comandado pelo ex-coronel.
Correia Lima ainda foi julgado pelo homicídio de seu tio Sinval Correia Braga, ocorrido no ano de 1996 em Jucás, no Ceará.
O ex-coronel Correia Lima está preso há 24 anos e é também acusado de envolvimento com o crime organizado no Piauí, além da utilização de notas fiscais frias e participação no assassinato de políticos, empresários e policiais militares.
23 anos de prisão
Em 2013, após um dia inteiro de julgamento na cidade de Parnaíba, Correia Lima foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado pela morte do policial civil Evandro Safanelli, 23 anos na época. De acordo com a acusação, a motivação era o envolvimento do PM com uma filha adolescente do ex-coronel.
O júri entendeu que o ex-coronel foi o mandante do crime ocorrido em 1989. A sentença foi pronunciada pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Parnaíba.