A recente onda de calor que atingiu o Brasil e a chegada do verão, que começou em 22 de dezembro, vêm aumentando o consumo de energia elétrica no país. Em outubro, o Brasil bateu recorde no consumo de energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), foram consumidos 45.920 GWh (gigawatt-hora) ao longo do mês, valor que representa alta de 8,1% em comparação com outubro de 2022 e é o maior da série histórica.
Na última década, a região Nordeste tornou-se um expoente na geração de energia via fontes renováveis. Em julho deste ano, houve um recorde na produção, com as eólicas produzindo 26,1% de toda a energia consumida no país, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica).
Dessa forma, investir na produção e ampliação das fontes renováveis de energia é fundamental para o desenvolvimento econômico e social da região. De acordo com dados do Sicredi, instituição financeira cooperativa, no Maranhão foram concedidos, ao longo de 2023, cerca de R$ 310 mil em crédito para o financiamento de projetos envolvendo energias renováveis.
Esse crescimento de investimentos no setor no Nordeste é justificado: a região tem um dos maiores potenciais energéticos do país, produzindo 83% da energia solar e eólica do Brasil. No Maranhão, o Complexo Eólico Delta é um dos principais geradores de energia limpa da região.
A posição geográfica e clima estratégicos da região Nordeste abrem margem, entretanto, para um potencial de geração de energia ainda maior ao verificado atualmente – hoje, a região possui 28,3 gigawatts (GW) de capacidade instalada.
Crescimento do setor atrai investimentos
Essa potencialidade ainda inexplorada e a perspectiva de crescimento do setor vem chamando a atenção de governantes, empresas e investidores: recentemente, a região recebeu um investimento de R$300 milhões para a construção de 15 novas usinas fotovoltaicas, com previsão de entrega até o final de 2024.
Além disso, a expectativa é que, até 2038, apenas o setor de energia eólica deve gerar 1,1 milhão de empregos no país, conforme estudo apresentado no Fórum de Energias Renováveis em Natal, no Rio Grande do Norte.