Muito se fala em acessibilidade digital, mas ainda há um grande percurso a ser percorrido no Brasil para que a inclusão de pessoas com deficiência ocorra de fato na web. No país com uma das mais completas legislações sobre acessibilidade digital do mundo, menos de 1% dos sites passam em auditorias de acessibilidade.
Mas o que está faltando para que as coisas saiam do papel? Como uma empresa pode estar em conformidade com as diretrizes da WCAG?
A verdade é que é um desafio importante, mas que já tem muita gente pensando nas melhores formas de promover autonomia e navegabilidade a todos os usuários. Aqui você vai entender um pouco mais sobre o assunto e como as soluções de acessibilidade digital podem revolucionar o ambiente virtual para todos os usuários.
A Importância da Acessibilidade Digital
Acessibilidade na web significa que sites, ferramentas e tecnologias são projetados de maneira que pessoas com deficiências possam usá-los. Isso quer dizer que essas pessoas precisam ser capazes de perceber tudo o que está em uma página, navegar com autonomia, interagir e contribuir ativamente para a web.
Por mais que em princípio ela seja extremamente benéfica para pessoas com deficiência, sites que seguem as diretrizes de acessibilidade têm uma experiência do usuário (UX) ampliada para todos.
Mas o que isso ocasiona? Um usuário que navega de forma intuitiva e completa em uma página ou aplicativo tem grandes chances de sair dali e recomendá-la para um colega. Ou seja, aumentando a satisfação e fidelidade do cliente e expandindo o alcance de mercado.
Em resumo, o objetivo é diminuir as barreiras que as pessoas com deficiência encontram na web, como
- navegação inadequada para leitores de tela
- falta de legendas em vídeos
- contraste de cores insuficiente
- e navegação complexa
Princípios e Diretrizes
E quem está pensando em soluções? Assim como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem suas regras para acessibilidade em prédios, no mundo um grupo chamado World Wide Web Consortium (W3C) desenvolveu uma série de diretrizes para orientar desenvolvedores e web designer a construírem páginas inclusivas. São as chamadas Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG).
Elas são um marco com quatro princípios fundamentais para a acessibilidade: ser perceptível, operável, compreensível e robusto. Esses princípios asseguram que o conteúdo digital seja acessível para um amplo espectro de habilidades dos usuários.
Dentro deles, estão contempladas as mais variadas deficiências, a fim de construir um ambiente digital realmente inclusivo. E a WCAG também determina se um site é muito ou pouco acessível, separado em três níveis de acessibilidade:
- Nível A: é o mais básico, focando em transpor barreiras essenciais para acessibilidade. Inclui práticas como o uso de textos alternativos (alt text) para imagens, garantindo que conteúdos visuais sejam acessíveis para pessoas com deficiência visual.
Este nível também contempla atalhos de teclado, gestos de acionamento e etiquetas acessíveis nos elementos interativos.
- Nível AA: avança um pouco mais, abordando aspectos que melhoram a compreensão do conteúdo. Este nível também inclui requisitos para orientação, identificação de campos de entrada, reorganização de conteúdo, contraste adequado para conteúdo não textual, e espaçamento adequado do texto.
- Nível AAA: Este nível abrange todos os critérios dos níveis A e AA, acrescentando requisitos ainda mais rigorosos, como descrições de texto mais detalhadas, opções para controlar o tempo limite, minimização de animações que possam causar distúrbios, e mecanismos para facilitar a interação.
Ao aderir aos princípios e diretrizes estabelecidos, e ao implementar práticas de design e desenvolvimento inclusivas, as organizações não apenas melhoram sua acessibilidade, mas também ampliam seu alcance e reforçam sua reputação como marcas inclusivas e responsáveis.