Uma mulher de 27 anos foi presa ao se passar por médica e atender mais de 30 pessoas em uma Unidade Básica de Saúde de Coroados (SP). Segundo a polícia, Mirian Estefani Santana Sipriano teria usado o registro de outro profissional, e alegou que conseguiu o CRM pelo “valor simbólico de R$ 40”, na internet.
O delegado Nilton Marinho, titular da Delegacia de Coroados, afirmou que Mirian foi contratada por uma empresa terceirizada em Piracicaba, que atua na cidade por meio de licitação. Ela foi escalada para atuar na UBS após uma solicitação da Secretaria de Saúde.
No entanto, já em seu primeiro dia de trabalho, a mulher teria demonstrado falta de conhecimento básico sobre a profissão, além de usar termos incoerentes e não carimbar as fichas de atendimento.
Profissionais de enfermagem mais experientes começaram a perceber anormalidades na atuação de Mirian, e decidiram realizar uma busca pela numeração do CRM usado por ela.
“Um funcionário da unidade resolveu pesquisar o CRM que ela estava utilizando no carimbo e deu o nome de um médico homem, um urologista. O fato foi comunicado a nós na delegacia e eu pedi que a prefeitura solicitasse à empresa de Piracicaba que mandasse a cópia dos documentos que ela utilizou para ser contratada”, explicou o delegado.
A empresa afirmou, então, que havia um diploma entre os documentos apresentados pela mulher no momento da contratação. O certificado se referia ao curso de medicina em uma universidade do interior. Os agentes entraram em contato com a instituição de ensino, e constataram que Mirian jamais estudou naquela unidade.
“Somados os fatores, a equipe policial foi até a UBS, chamamos ela e a entrevistamos. Diante dessas divergências todas, ela confessou que o CRM não é dela, e que não é formada em medicina”, completou o delegado.
Ao ser questionada, Mirian chegou a dizer que é formada em fonoaudiologia, mas, segundo Marinho, ela não apresentou nenhum documento comprobatório da graduação.
No decorrer do dia em que atuou ilegalmente como médica na Unidade Básica de Saúde, Mirian chegou a atender 30 pessoas, entre elas crianças e idosos. Ela foi autuada em flagrante por exercício ilegal da medicina, uso de documento falso e falsidade ideológica.