Uma mulher de 23 anos foi presa em São Luís, na manhã desta quinta-feira, 21, por suspeita de participação em um homicídio cometido pelo chamado “Tribunal do Crime. A Polícia Civil do Maranhão cumpriu o mandado de prisão preventiva no Residencial Tiradentes, na capital.
Conforme a polícia, a presa é acusada de ter participado do homicídio de uma adolescente de 15 anos, ocorrido no dia 21 de outubro de 2020, em uma mata fechada nas imediações da invasão Albino Soeiro.
Na ocasião, ainda de acordo com a polícia, a vítima, após ser torturada no Condomínio Ecotajaçuaba, foi morta com disparo de arma de fogo. O fato é objeto de Ação Penal que tramita na 3ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, já com denúncia oferecida pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menores e tortura.
O homicídio, conforme a investigação policial, ocorreu no contexto de guerra entre facções em que, segundo apurado, a presa e os demais acusados mataram a adolescente em verdadeiro julgamento do “Tribunal do Crime”. A vítima foi considerada traidora da organização criminosa “Neutro”.
Após os procedimentos de praxe, a presa será encaminhada ao Sistema Prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Relembre o caso
A adolescenteA. M. F P., de 15 anos, foi encontrada morta, no dia 21 de outubro de 2020, no Residencial Albino Soeiro, zona rural de São Luís. Ela era moradora do condomínio Eco Tajaçuaba, localizado na região da Santa Bárbara, e teria sido levado do local na noite de terça-feira (20).
De acordo com informações da Polícia Civil, além de ser atingida com disparos de arma de fogo, a vítima teve o cabelo cortado, o que pode significar que ela foi torturada. Os disparos teriam sido ouvidos por populares por volta das 21h, da terça-feira (20).
Segundo o delegado George Marques, da Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), há informações de que os autores sejam integrantes de uma facção criminosa.
“Sobre a vítima, a priori, não se pode dizer se ela era ou não membro de facção. O que podemos dizer é que residia em um bairro no qual atua uma facção rival à dos suspeitos de terem cometido o assassinato”, pontuou.
Ainda conforme o delegado, as características do crime apontam para uma possível punição de facção criminosa contra a vítima, que foi humilhada ao ter o cabelo cortado antes da execução.
Familiares de Ávila estiveram na sede da SHPP, na Avenida Beira-Mar – região central de São Luís, onde prestaram alguns esclarecimentos à polícia e fizeram o reconhecimento da adolescente.