Publicidade
Carregando anúncio...

Defesa diz que Bolsonaro não tinha razões para temer uma ‘improvável’ e ‘incabível’ prisão

Ministro Alexandre de Moraes havia dado 48 horas para que ex-presidente respondesse sobre estadia de dois dias no local após apreensão de seu passaporte

Fonte: Isadora Peron e Fabio Murakawa

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (27), as explicações para o fato de ele ter passado dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ser alvo de uma operação em fevereiro.

O argumento da defesa é que, no dia 8 de fevereiro, Bolsonaro já havia sido alvo da operação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, quando foram impostas medidas cautelares ao ex-presidente, como a apreensão do seu passaporte.

“Portanto, diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”, afirma a petição, assinada pelos advogados.

Para a defesa, a “imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”.

Em uma mensagem publicada nas redes sociais mais cedo, Fábio Wajgarten, ex-ministro e advogado de Bolsonaro, afirmou que a intenção era entregar o documento em mãos ao ministro Alexandre de Moraes, mas isso não foi possível por conta do feriado da Semana Santa que, no Judiciário, começa já na quarta-feira. “A defesa reitera o desejo de despachar pessoalmente com o ministro a fim de elucidar por completo toda e qualquer especulação fantasiosa sobre o tema”, escreveu.

Na segunda-feira, o jornal americano “The New York Times” revelou que Bolsonaro se hospedou na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal (PF).

Segundo a reportagem, o ex-presidente entrou na sede da embaixada, em Brasília, no dia 12 de fevereiro, quatro dias depois da ação da PF. Para o jornal, o movimento indica que o ex-presidente poderia estar em busca de asilo político no país europeu, diante da possibilidade de ser preso por conta dos processos que enfrenta no Brasil.

A Hungria é comandada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, político de extrema direita, de quem Bolsonaro se aproximou quando ocupou a Presidência. Os dois mantêm uma relação de proximidade e haviam se encontrado meses antes na Argentina, em Buenos Aires, durante a posse do presidente Javier Milei.

No documento direcionado a Moraes, a defesa disse ainda que Bolsonaro “tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional, que, a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador”.

Segundo os advogados, Bolsonaro mantém relações com governo da Hungria, “com quem tem notório alinhamento”, para tratar de “assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”.

Close