O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira (22) que o país atingiu em março o terceiro mês consecutivo de superávit fiscal. De acordo com Milei, o excedente fiscal financeiro foi de mais de 275 bilhões de pesos no mês.
O superávit acontece quando as receitas do governo são maiores que as despesas. Na tentativa de controlar a inflação elevada, o presidente ultraliberal Javier Milei implementou medidas de austeridade, incluindo cortes dolorosos nos gastos do Estado, reduzindo subsídios e podando o setor público.
Em janeiro, as contas públicas argentinas ficaram no azul pela primeira vez em quase 12 anos. o superávit foi de cerca de US$ 589 milhões.
Já em fevereiro, o superávit foi de US$ 1,45 bilhão. As cifras também contemplam o pagamento de juros da dívida pública.
O governo Milei tem como meta um déficit fiscal financeiro “zero” este ano, parte das metas econômicas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual o país tem em andamento um programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares.
O próprio FMI disse no início do mês que o progresso alcançado pelo governo do presidente é “impressionante”, mas disse que “o caminho para a estabilização [econômica] nunca é fácil e requer uma implementação forte de políticas”.
O FMI também recomendou que Milei proteja os setores sociais mais pobres da Argentina, enquanto avança com suas reformas. Isso porque um estudo publicado pelo jornal Ámbito Financiero projeta que 57,4% dos argentinos estão vivendo abaixo da linha de pobreza, o que representa mais de 26 milhões de pessoas.
O esforço do governo tem por objetivo resolver desequilíbrio econômico que causou uma inflação na Argentina que passa dos 287,9% em 12 meses, segundo o instituto oficial de estatísticas, o Indec. Trata-se da variação interanual mais alta do mundo.
No dia 12, a inflação da Argentina ficou em 11% em março, o que representa uma desaceleração em comparação ao observado em fevereiro, quando os preços subiram 13,2%.
Um dia antes, o Banco Central da Argentina anunciou a redução da taxa básica de juros do país de 80% para 70% ao ano. A autoridade monetária afirmou que está observando uma “desaceleração pronunciada” da inflação, “apesar do forte efeito estatístico tardio que a inflação carrega em suas médias mensais”.
O BC acrescentou que, desde que Milei assumiu o cargo, a base monetária foi reduzida substancialmente, o que ajuda a absorver a liquidez e a conter os aumentos de preços.