Dona de casa noturna onde blogueiro morreu conta detalhes em depoimento

O caso aconteceu na última quarta-feira, 01, no estabelecimento ‘Mansão da Rosana’, no Olho D´Água, em São Luís.

Fonte: Redação / O Informante
Maldine Vieira morreu aos 29 anos (Foto: Reprodução)

Apresentada pelo advogado Antônio Holanda Cavalcante Neto (OAB-23281), a empresária Rosana Rodrigues Costa, viúva, 60 anos, prestou depoimento, na tarde dessa quinta-feira, 02, na Superintendência Especial de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), como testemunha do incidente que resultou na morte do blogueiro Maldine Vieira, de 29 anos. O caso aconteceu na última quarta-feira, 01, no estabelecimento ‘Mansão da Rosana’, no Olho D´Água, em São Luís.

Rosana relatou que na quarta-feira, feriado do Dia do Trabalhador, por volta das 10h, ao descer até a área perto da piscina de seu estabelecimento, viu um dos seus clientes, conhecido como Saymon Aquino, e outra pessoa, que depois soube tratar-se de Bruno Campelo. Eles, conforme a proprietária, estavam conversando e ingerindo bebidas alcoólicas com outras garotas, que também frequentam a mansão.

Em seguida, Rosana contou que tomou conhecimento de que, no andar superior da casa, em um dos quartos, estava a garota M.I. com um cliente, que a depoente até então não sabia o nome.

Por volta das 11h, segundo Rosana, a jovem desceu sozinha, juntou-se às demais pessoas em volta da piscina e ficou conversando com os que ali estavam, inclusive com ela. Antes disso, perto de 6h, já amanhecendo, Rosana disse que recebeu uma mensagem de M.I. dizendo que havia levado Maldine para o quarto de cima, pois ele queria usar o banheiro, dizendo que não estava se sentindo bem.

Por volta de meio-dia – contou Rosana -, o blogueiro desceu, meio desnorteado, e ficou perto das demais pessoas à mesa. 30 minutos depois, segundo a proprietária, Maldine teria entrado em surto, começou a ficar andando ao redor dos presentes e dizendo:

“Não me trisca, não me trisca. Eu tenho filho, eu tenho filho. Eu pago, eu pago”.

Inicialmente, conforme relato de Rosana, os presentes começaram a sorrir, o que fez Maldine ficar ainda mais alterado. Saymon, então, segundo ela, pediu a todos que parassem de sorrir, dizendo: “Ele tá no pânico, ninguém fala nada, deixe ele melhorar”.

Com Maldine muito agitado, Bruno tentou segurá-lo para acalmá-lo. O blogueiro conseguiu se desvencilhar, ainda bastante agitado, e caiu na piscina.

Ao perceber que Maldine começava a aparentar que estava se afogando, Bruno pulou na piscina para socorrê-lo. Em seguida, um cliente conhecido como Alan, que havia acabado de chegar ao estabelecimento, ao ouvir os gritos de socorro de todos, imediatamente também pulou na piscina.

A piscina onde Maldine Vieira teria se jogado após passar mal (Foto: Divulgação)

Alan e Bruno ficaram suspendendo Maldine, na tentativa de evitar que ele se afogasse. Segundo Rosana, os dois ficaram sustentando o blogueiro por aproximadamente 30 minutos, mas Maldine já não falava mais nada, e não esboçava nenhuma reação.

Bruno e Alan, então, tiraram o jovem de dentro da piscina e o colocaram na borda, na posição lateral, na tentativa de que o blogueiro expelisse a água que havia engolido, mas o esforço foi em vão. Eles resolveram colocar o rapaz com a barriga para cima e fizeram massagem cardíaca, tentando reanimá-lo.

Rosana disse que percebeu uma “roxidão” na região dos lábios de Maldine, e, então, acionou o Samu (192), mas ninguém atendeu. Diante disso, por volta das 14h30, Alan tomou a iniciativa de levar a vítima até a UPA do Araçagy, na companhia de Saymon, em sua Fiorino branca.

Rosana disse, ainda, que pediu a uma funcionária sua que fosse até a UPA do Araçagy, em busca de notícias. Ao chegar no hospital, ela retornou a ligação e informou que o pai de Maldine, Marcelinho Vieira, já estava no local, procurando o celular e o carro do blogueiro.

Rosana relatou que localizou o celular na mesa, na área externa da casa. A funcionária foi até o estabelecimento, pegou o aparelho e levou para o pai da vítima. A proprietária do estabelecimento falou que tomou conhecimento, por meio de um policial, que o carro de Maldine estava em uma conveniência de um posto de combustíveis perto do restaurante Cheiro Verde, pois alguns clientes têm o habito de estacionar ali.

Afirmou ainda Rosana que, depois do incidente, passou a fazer contato com clientes que frequentam seu estabelecimento e que são amigos do blogueiro, a fim de obter informações sobre o estado de saúde dele, recebendo a informação de que o jovem havia falecido.

Rosana relatou que a primeira pessoa que Maldine teve contato na “Mansão” foi M.I, e que ele chegou ao seu estabelecimento em uma Dodge Ram, com Saymon. Afirmou, também, que não viu nenhum dos frequentadores do estabelecimento fazer uso de drogas ilícitas em público.

Segundo a depoente, M.I disse a ela que Maldine estava “virado”. Ela não sabe informar se o blogueiro manteve relação sexual com a garota, nem sabe dizer se Maldine fez uso de alguma droga no quarto em que estava com ela. Acrescentou que não conhecia Maldine Vieira e que foi a primeira vez que viu Bruno frequentar a mansão. Saymon, por sua vez, já era conhecido de lá.

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