Mulher morre ao colocar balão gástrico para emagrecer

Vítima de 31 anos estava com o casamento marcado, e família denuncia negligência médica.

Fonte: Com informação do g1 Minas

Laura Fernandes Costa, de 31 anos, morreu após complicações de cirurgia para colocar balão gástrico (Foto: Arquivo pessoal)

Uma engenheira de 31 anos morreu após cirurgia para colocação de um balão gástrico, em Belo Horizonte. A família de Laura Fernandes Costa denuncia que ela foi a óbito por negligência médica. O dispositivo é inserido no interior do estômago para ocupar espaço e levar o paciente a comer menos, facilitando a perda de peso.

A cirurgia foi realizada no último 26 de abril, em uma clínica que fica na Região do Barreiro. O médico responsável pela operação foi Mauro Lúcio Jácome, especialista em endoscopia digestiva e gastroenterologia.

11 dias depois, Laura foi internada com fortes dores e precisou passar por uma intervenção de emergência, mas não resistiu. O atestado de óbito consta que ela teve uma infecção generalizada, causada por um furo no estômago.

A engenheira estava de casamento marcado para 7 de setembro deste ano. O noivo dela, Matheus Turchete, de 27 anos, contou que Laura decidiu fazer o procedimento para emagrecer antes da cerimônia.

“Na verdade, ela não precisava. Ela não tinha obesidade, era uma pessoa saudável. Eu acho que ela quis ter um ‘corpo de princesa’ para o casamento e acabou tomando essa decisão”, disse Matheus.

Negligência médica

Segundo familiares, a engenheira não poderia ter feito o procedimento e recebeu uma assistência inadequada durante o pós-operatório. Já no dia seguinte à cirurgia, ela começou a vomitar sangue.

“A clínica poderia não só ter dado um suporte melhor, mas também ter evitado. Especialistas falaram que ela não poderia ter passado por esse procedimento, por causa do Índice de Massa Corporal (IMC) dela, que não comportava essa cirurgia. Ela tinha 70 quilos”, afirmou o noivo da vítima.

Devido aos sintomas, em 30 de abril, a própria paciente pediu que o médico fizesse a retirada imediata do balão. No entanto, a remoção só aconteceu em 2 de maio, em uma outra clínica, na Savassi, Região Centro-Sul da capital mineira.

“Ela ainda insistiu para o médico retirar: ‘Minha vida vale mais que um balão'”, contou Matheus.

Em 6 de maio, Laura continuou passando mal e foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima, na Grande BH. Na unidade, a equipe médica constatou a perfuração no estômago.

A engenheira foi levada às pressas para uma cirurgia de emergência, pois estava com o organismo tomado por fezes. Ela morreu no dia 7 de maio.

De acordo com os familiares, Mauro Lúcio Jácome deixou apenas o telefone da enfermeira como contato, e não fez o acompanhamento adequado do estado de saúde de Laura. Já a clínica onde o procedimento foi realizado se negou a fornecer o prontuário dela.

“Eu procurei o médico que fez o procedimento, e ele tratou a situação como normal. Falou que se houvesse perfuração ele não conseguiria ver. Nenhum paciente faria isso se soubesse do risco”, completou.

Após a morte, a família registrou um boletim de ocorrência.

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