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Encher o tanque de gasolina consumiu 5,9% da renda mensal das famílias brasileiras, aponta levantamento

Em termos de variação, o percentual representa uma melhoria em relação ao trimestre anterior, mas ainda é superior ao do primeiro trimestre de 2023

Fonte: Com Veloe

No primeiro trimestre de 2024, encher o tanque de gasolina comprometeu, em média, 5,9% da renda das famílias brasileiras. É o que mostra o Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – Fipe com base em dados da PNAD Contínua (IBGE) e do Monitor de Preços dos Combustíveis, do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade. O indicador representa a proporção da renda domiciliar mensal que seria necessária para custear o abastecimento de um tanque de 55 litros com gasolina comum no trimestre de referência.

Em termos de variação, o percentual representa uma melhoria em relação ao trimestre anterior, mas ainda é superior ao do primeiro trimestre de 2023 (5,7%), indicando uma pequena deterioração do poder de compra no horizonte anual. Comparativamente, na média das capitais, onde a renda domiciliar é maior, o percentual apurado foi de 3,9%.

As médias escondem diferenças regionais significativas. Famílias do Norte e Nordeste comprometem uma maior parcela da renda para encher um tanque de gasolina, enquanto os residentes do Centro-Oeste e Sudeste dispõem de um poder de compra maior (ou seja, são capazes de adquirir a mesma quantidade de combustível gastando um percentual menor da renda domiciliar mensal).

O acompanhamento mensal revelou aumentos nos preços médios de quase todos os combustíveis em comparação ao mês anterior. No mês de referência, o abastecimento com um litro de gasolina comum custou em média R$ 5,939 nos postos, o que corresponde a um incremento de 0,8% em relação a abril. Regionalmente, os maiores preços médios foram identificados no Norte (R$ 6,220) e Nordeste (R$ 6,088), em contraste com os menores valores no Sudeste (R$ 5,824) e Sul (R$ 5,848). A alta mensal no preço da gasolina comum atingiu todas as regiões, especialmente o Nordeste (+2,0%) e Sul (+1,0%) do país.

Já o preço médio do etanol hidratado foi de R$ 3,899 por litro, representando um aumento mensal de 1,2% em relação a abril. Postos do Nordeste e Norte comercializaram o combustível pelos maiores valores por litro (R$ 4,514 e R$ 4,418, respectivamente), enquanto o Sudeste e o Centro-Oeste apresentaram os menores preços (R$ 3,775 e R$ 3,836, respectivamente). A alta no preço do etanol abrangeu quatro das cinco regiões, com destaque para postos do Nordeste (+2,3%) e o Sudeste (+1,5%). No Centro-Oeste, houve queda (-0,8%).

O preço do diesel S-10 se manteve praticamente estável no último mês. O litro do combustível foi comercializado a R$ 6,020 na média dos postos nacionais, o que representa um ligeiro recuo de 0,1% em relação a abril. Regionalmente, os maiores preços foram apurados no Norte (R$ 6,231) e Centro-Oeste (R$ 6,144), enquanto os menores foram constatados no Sul (R$ 5,926) e Nordeste (R$ 5,950). Em termos de variação, houve queda nos preços em todas as regiões, sendo a maior nos postos sediados na região Norte (-0,3%).

No balanço parcial de 2024, quatro dos seis combustíveis monitorados ficaram mais caros: etanol hidratado (+8,8%), gasolina aditivada (+4,0%), gasolina comum (+3,8%) e GNV (+1,6%). Em contraste, os preços do diesel S-10 e do diesel comum caíram em 1,3% e 1,0%, respectivamente. Comparando com maio de 2023 (ou seja, nos últimos 12 meses), apenas o etanol hidratado registrou queda nos preços (-3,3%). Os demais combustíveis tiveram aumentos significativos: diesel comum (+10,3%) e S-10 (+9,6%), gasolina aditivada (+8,5%), gasolina comum (+8,1%) e GNV (+1,3%).

No Rio Grande do Sul, em particular, os preços da gasolina, etanol e diesel subiram mais que a média nacional. No entanto, não foram identificados sinais de grande volatilidade ou choques nos preços, mesmo considerando o impacto das recentes enchentes na oferta e demanda de combustíveis.

Gasolina x Etanol

De acordo com o Indicador de Custo-Benefício Flex, a preferência pelo etanol, constatada no passado recente, foi alterada devido ao aumento no preço desse combustível no curso dos últimos meses. Em maio, especificamente, relação entre os preços da gasolina e do etanol ficou em 69,8% na média das UFs e 69,4%, na média das capitais.

O patamar próximo de 70% praticamente elimina a vantagem de preço do etanol sobre a gasolina, tornando o abastecimento com ambos os combustíveis quase equivalente em termos de custo-benefício. No entanto, a análise desagregada revela que a gasolina ainda é mais vantajosa no Sul e Nordeste, enquanto o etanol se destaca no Sudeste e Centro-Oeste.

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