O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), emitiu uma Nota Técnica ressaltando o aumento significativo dos casos de febre do Oropouche (FO) no Brasil e apresentando novas recomendações para a vigilância e prevenção da transmissão vertical do vírus. A Dra. Larissa Tiberto, infectologista, esclarece o que é a febre do Oropouche e quais são seus sintomas.
“A febre Oropouche é um arbovírus associado ao clima úmido, transmitido pela picada do mosquito pólvora, também conhecido como maruim em algumas regiões. Os sintomas incluem febre, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça, náusea, diarreia e manchas na pele”, explicou Tiberto.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até a Semana Epidemiológica 27 de 2024, foram confirmados 7.044 casos de febre do Oropouche no Brasil, com transmissão autóctone em 16 Unidades Federativas. A Dra. Larissa Tiberto ressalta que atualmente não existe um tratamento específico para a doença.
“Embora não haja vacina, a prevenção pode ser realizada através do uso de repelentes, roupas fechadas, evitando áreas com muitos mosquitos, eliminando possíveis criadouros de mosquitos e instalando telas de proteção em portas e janelas. O tratamento é sintomático, com uso de medicações para alívio dos sintomas, repouso e hidratação vigorosa”, esclareceu a infectologista.
Transmissão Vertical
A Nota Técnica do Ministério da Saúde também destacou novas evidências sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus Oropouche, ou seja, da mãe para o bebê durante a gestação. Segundo a Dra. Larissa Tiberto, essa transmissão é possível, mas ainda não há confirmação definitiva.
“A transmissão do vírus da mãe para o bebê durante a gestação é possível. O alerta foi feito após o Instituto Carlos Chagas identificar anticorpos do vírus em um caso de aborto e em quatro casos de bebês com microcefalia. Contudo, ainda não há confirmação de que o vírus Oropouche cause malformações neurológicas ou seja a causa do aborto”, afirmou Tiberto.
Em face dessas novas evidências, o Ministério da Saúde recomenda a intensificação da vigilância dos desfechos da gestação e do acompanhamento de bebês em mulheres com suspeita de arboviroses durante a gravidez. Além disso, recomenda-se a coleta de amostras e o preenchimento de fichas de notificação para casos de abortamento, óbito fetal e malformações neurológicas congênitas.
Com a implementação dessas novas diretrizes, espera-se uma melhora na vigilância e no controle da febre do Oropouche no Brasil. O Ministério da Saúde continuará monitorando a situação e atualizando as orientações conforme necessário para proteger a saúde da população brasileira.