O governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, emitiu um comunicado nessa segunda-feira (29/7), alertando os brasileiros residentes, a caminho ou com viagem marcada para a Venezuela, para que se mantenham atentos à situação de segurança no país.
O anúncio vem após a população venezuelana sair às ruas em protesto contra o resultado das eleições que reelegeram Nicolás Maduro pela terceira vez, resultado amplamente contestado e visto como fraudulento.
O governo brasileiro recomenda que os cidadãos evitem áreas onde ocorrem os protestos e aglomerações.
Crise Após Resultado Eleitoral
A Venezuela está em meio a um impasse eleitoral após o resultado das eleições presidenciais deste domingo (28/7). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pela supervisão do processo eleitoral e considerado alinhado ao governo, declarou a reeleição de Nicolás Maduro com 51,2% dos votos. Além disso, o governo de Maduro expulsou diplomatas de sete países e nove exigem revisão completa das eleições.
A oposição contesta veementemente o resultado, acusando o governo de fraude e afirmando que o verdadeiro vencedor é o candidato Edmundo González. A ausência de divulgação das atas eleitorais, documentos que registram os votos de cada urna, tem sido um dos principais pontos de crítica e desconfiança nesta última eleição.
Diante da situação, o Itamaraty reforça a necessidade de cautela e atenção por parte dos brasileiros que se encontram ou planejam viajar para a Venezuela, ressaltando a importância de evitar áreas de protestos e grandes aglomerações para garantir a segurança pessoal.
O governo brasileiro, entre outros, solicitou oficialmente que a Venezuela apresente essas atas para assegurar a transparência do processo.
Protestos na capital
As tensões se elevaram nas ruas de Caracas, capital do país, na noite dessa segunda-feira (29/7). Milhares de manifestantes protestaram contra o resultado eleitoral, clamando por uma transição de poder. Houve, inclusive, um panelaço de mais de 20 minutos contra Maduro.
Gritos de “entregue o poder” ecoaram pelas ruas, e imagens de Nicolás Maduro foram queimadas em sinal de repúdio. No estado de Fálcon, uma estátua de Hugo Chavez, antecessor de Maduro, foi derrubada por manifestantes.