Na noite dessa sexta-feira, 2, o Jornal Nacional repercutiu o caso do carro que foi encontrado abandonado com o porta-mala abarrotado de dinheiro, em São Luís, na última terça, 30, na rua das Andirobas, no bairro do Renascença, em frente ao edifício Canopus.
O Jornal Nacional frisou que a polícia do Maranhão identificou o homem que estacionou o veículo investigado, no qual foi apreendido exatamente R$ 1.109.350,00, em maços com notas de R$ 50, 100 e 200.
Câmeras de segurança registraram toda a movimentação no local onde o Renault Clio, placas NXH5E16, cor vermelha, foi deixado. As imagens mostram o momento em que, na terça-feira, dia 16 de julho, um carro vermelho chega a uma rua, em um bairro de classe média em São Luís, e para em frente à guarita de um condomínio.
Um minuto depois, outro carro para ao lado. O motorista, sem muita pressa, sai de um veículo, embarca em outro e vai embora. Moradores intrigados com o automóvel abandonado na entrada do condomínio chamaram a polícia.
“Fizemos a primeira abordagem e observamos que havia uma certa quantia no interior”, conta um policial militar.
Era tanto dinheiro que a polícia passou a noite contando as cédulas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. O resultado: mais de R$ 1,1 milhão.
Segundo a investigação policial destacada pelo Jornal Nacional, o motorista do carro vermelho é Guilherme Teixeira. Nos últimos anos, ele tem exercido cargos de confiança no setor público.
De acordo com documentos da Câmara dos Deputados, Guilherme trabalhou como secretário parlamentar do então deputado federal Eduardo Braide, PSD, em 2019. Virou assessor especial da Secretaria Municipal de Governo, quando Braide se elegeu prefeito de São Luís, e, em fevereiro de 2023, se tornou assessor técnico do deputado estadual Fernando Braide, do PSS, irmão do prefeito. Cargo do qual Guilherme Teixeira foi exonerado nessa sexta-feira (2).
Segundo a polícia, o carro que deu carona para Guilherme está em nome de uma pessoa da família Braide, falecida no ano de 2010.
Outra pessoa identificado nas investigações é Carlos Augusto Diniz da Costa, o “Makilas”. Ele é o homem que se apresentou ao policial militar como dono do veículo. A polícia afirma que ele mentiu.
Carlos Augusto trabalhava na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia da Prefeitura de São Luís, e também foi exonerado pelo prefeito Braide nesta semana.
Por enquanto, o valor encontrado no carro está sob custódia da Justiça. A polícia ainda busca elementos que possam ajudar a rastrear a origem do dinheiro, identificar qual seria o destino, assim como definir qual o tipo de crime que foi cometido e quem são os envolvidos.
“A linha mais forte que aparece em todos os informes que chegam à Polícia Civil do Maranhão, são de que esse dinheiro teria sim relação com política. Eventualmente momento eleitoral, eventualmente conectados com a realização de serviços públicos”, diz o delegado Augusto Barros.
O deputado estadual Fernando Braide declarou que está acompanhando a apuração dos fatos pelas autoridades competentes e se disse “surpreso” com o surgimento de assessor no carro encontrado com R$ 1 milhão.
A defesa de Carlos Augusto Diniz afirmou que se manifestará quando tiver mais informações do inquérito policial.
O Jornal Nacional informou que não teve retorno do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, nem de Guilherme Teixeira.