O Método Ilizarov já é uma realidade no Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO), em São Luís, unidade estadual gerenciada pelo Instituto Vida e Saúde (INVISA). O procedimento ortopédico que é destinado ao alongamento ósseo tem demonstrado eficiência e rendido elogios do paciente.
No último dia 23/07, o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, visitou Keliane Leitão Silva, de 32 anos, que foi submetida ao procedimento ortopédico no HTO, com o intuito de acompanhar os pacientes assistidos pela Rede Estadual.
“A nossa preocupação, enquanto Governo do Estado, é cuidar de forma humana, promovendo mudança e qualidade de vida. Temos realizado mutirões de cirurgias em algumas de nossas unidades. No HTO, faremos mais de 120 procedimentos ortopédicos, destes, 50 são com o método Ilizarov”, afirmou.
Keliane sofreu um acidente de trânsito em 2012, e teve sua vida impactada. A jovem estava na garupa de uma moto nas proximidades do Lima Verde, na MA-201, que dá acesso aos municípios de São José de Ribamar e Paço do Lumiar, quando após um contorno não sinalizado por parte de um condutor de carro, o casal chocou-se com o veículo provocando a queda.
O condutor da moto sofreu ferimentos leves, mas a jovem foi arremessada com o impacto da colisão, e teve os ossos da perna esquerda, tíbia e fíbula fraturados. “O tempo todo eu estava ciente do acontecido, só que quando eu fui me levantar não consegui apoiar a perna porque além de estar quebrada, o meu pé estava virado para trás. Aí eu me desesperei, também porque tinha muito sangue”, detalhou Keliane Leitão.
Do acidente, ela foi levada pela ambulância para o Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), onde foi submetida a procedimento cirúrgico e colocação de pinos. Passado um ano de tratamento, no momento da retirada da estrutura, ela foi informada sobre a necessidade de colocação de platina em uma nova cirurgia, realizada na Santa Casa de Misericórdia, em São Luís.
Com a perda de parte do osso causado pela fratura exposta, Keliane ficou com uma perna mais curta que a outra, além do emocional abalado. “De tanto ouvir coisas ruins dos médicos, eu parei, desisti do tratamento”, comentou.
Em junho de 2023, por sugestão de uma sobrinha que fazia estágio no HTO, ela foi incentivada a fazer uma consulta na unidade para avaliação de outros profissionais.
“Eu cheguei no hospital toda me tremendo de ansiedade, mas fui pega de surpresa com o médico dizendo que o meu problema era facilmente corrigido. Ele me passou tranquilidade, me encaminhou para a cirurgia, só que também fui alertada de que o tratamento seria longo, duraria um ano, e que melhoraria em 80%”, detalhou Keliane.
Na consulta a paciente foi apresentada ao Método Ilizarov, procedimento esse que consiste na regeneração do osso e tecidos moles, através da fixação de pinos com haste circular e anéis, instalados de forma externa. Enquanto o osso cresce, porcas e parafusos são ajustados juntamente com as hastes, pinos e anéis promovendo a cicatrização da fratura.
Conforme o tratamento é realizado, o paciente recupera a mobilidade e a firmeza dos membros, tendo como resultado a correção deformidades, falhas ósseas e o alongamento relacionado a tecidos moles calcificados e enrijecidos.
Com esperança na recuperação, Keliane decidiu se submeter a cirurgia, fez todos os exames pré-operatórios, levou a documentação exigida e em 21 de junho deste ano foi chamada para realizar a cirurgia.
“Ouvir a história da Keliane mostrou que a forma como acolhemos e nos comunicamos com o paciente pode impactar na sua desistência ou não. Por isso o atendimento quando bem feito, ele também cura”, pontuou o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes, durante a visita.
Agora Keliane está em recuperação e o marido dela, Tarcísio, adota os cuidados necessários com a esposa e o filho Tharcio. “Assim que ela fez o procedimento eu adaptei toda a minha rotina à dela. Estamos na expectativa com essa nova solução que foi dada e até lá estarei ajudando ela no que for necessário”, compartilhou.
O Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão (HTO) faz parte da rede SES e a gestão é realizada pelo Instituto Vida e Saúde (Invisa). Entregue pelo Governo do Estado em outubro de 2019, a unidade é referência estadual no atendimento de casos de alta e média complexidade.