Talibã proíbe mulheres de falar em público e líderes se manifestam: ‘Violação moral’

O grupo terrorista alegou que as novas leis impedirão o vício e promoverão a virtude segundo os ensinamentos islâmicos

Fonte: Guiame, com informações de The Guardian e Mission Network News
Mulheres no Afeganistão. (Foto: Reprodução/Portas Abertas)

Na última semana, o Talibã publicou uma série de novas leis que afirmam que as mulheres devem cobrir completamente seus corpos – incluindo seus rostos – com roupas grossas quando estiverem em público para evitar levar os homens à tentação e ao vício.

As leis foram aprovadas pelo líder supremo do grupo terrorista, Hibatullah Akhundzada, que considera as vozes femininas instrumentos potenciais de vício. Portanto, as mulheres também não poderão ser ouvidas em público de acordo com as novas restrições.

Mesmo de dentro de suas casas, as mulheres também não devem ser ouvidas cantando ou lendo em voz alta.

Com as novas medidas, eles alegaram que impedirão o vício e promoverão a virtude segundo os ensinamentos islâmicos.

Além disso, as mulheres afegãs também não poderão olhar diretamente para homens com quem não tenham parentesco. Logo, os taxistas da região serão punidos se concordarem em levar uma mulher sem um acompanhante masculino.

Os terroristas informaram que mulheres ou meninas que não cumprirem as regras podem ser detidas e punidas pela autoridades encarregadas de manter as novas leis, da maneira que considerem adequada.

Violação dos direitos humanos 

Após o surgimento das novas leis do Talibã, Roza Otunbayeva, representante especial da ONU para o Afeganistão, condenou as restrições e disse que elas estendem as “restrições intoleráveis” aos direitos das mulheres e meninas já impostas pelo Talibã.

“É uma visão angustiante para o futuro do Afeganistão, onde os inspetores morais têm poderes autoritários para ameaçar e deter qualquer um com base em listas amplas e às vezes vagas de infrações”, disse ela em uma declaração.

E continuou: “Isso amplia as restrições já intoleráveis ​​aos direitos das mulheres e meninas afegãs, com até mesmo o som de uma voz feminina fora de casa aparentemente considerado uma violação moral”.

Mir Abdul Wahid Sadat, presidente da Associação de Advogados Afegãos, disse à organização Rukhshana Media, que as novas leis não só violam as leis nacionais do Afeganistão, mas também contradizem amplamente todos os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Do ponto de vista legal, este documento enfrenta sérios problemas. Ele contradiz os princípios fundamentais do Islã [onde] a promoção da virtude nunca foi definida por meio da força, coerção ou tirania“, explicou ele.

‘Fé em Cristo’

Em meio a realidades preocupantes, Greg Yoder, do ”Keys for Kids Ministries”, testemunhou que muitos afegãos estão sendo alcançados através do Evangelho em áudio (movidos a energia solar) na língua pashto — uma das línguas mais faladas no Afeganistão.

“O que é emocionante sobre isso é que [entre os afegãos] há um desejo pela verdade. Quando as Escrituras são ouvidas, não há como não mudar corações e vidas — provavelmente primeiro por meio dos homens”, disse o missionário.

“Só posso imaginar que isso vai empoderar os jovens, especialmente as mulheres ou até mesmo as mais velhas, à medida que entenderem quem é Jesus e seu amor por elas”, acrescentou.

“Há pessoas chegando à fé em Cristo. Não sabemos o número. Tudo o que sabemos é que é clandestino e está sendo mantido em segredo agora”, concluiu.

Exclusão social

Desde que o Talibã assumiu o poder em agosto de 2021, o grupo vem excluindo mulheres e meninas de quase todos os aspectos da vida pública.

O The Guardian informou que antes das novas leis de “vício e virtude”, mulheres e meninas que residem no país já eram impedidas de frequentar o ensino médio, exercer quase todas as formas de emprego remunerado, andar em parques públicos, frequentar academias ou salões de beleza e obrigadas a cumprir um código de vestimenta rigoroso.

No início deste ano, o grupo terrorista também anunciou a reintrodução da flagelação e apedrejamento públicos de mulheres por adultério.

O país ocupa o 10º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos.

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