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Presidente Lula defende rigor com sites de apostas esportivas

Declarações em evento realizado em Nova York criticam a facilidade de acesso aos jogos de azar. Regulamentação busca conter o endividamento crescente

Fonte: Assessoria
Declarações em evento realizado em Nova York criticam a facilidade de acesso aos jogos de azar Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende que os sites de apostas esportivas sejam alvo de uma regulamentação rigorosa, como forma de conter o endividamento das famílias. A declaração aconteceu no evento “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, realizado em Nova York (EUA) e organizado em conjunto por Lula e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

Para o presidente, o fácil acesso da população aos jogos online vai de encontro aos costumes e às leis brasileiras, com proibição que atravessou várias décadas. As apostas esportivas foram legalizadas em dezembro de 2018, no último mês do governo Michel Temer.

“O Brasil sempre foi contra cassino e qualquer tipo de jogo de azar. Hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, dentro da sala. Nós estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta. E esse é um problema que nós vamos ter que regular porque, senão, daqui a pouco, vamos ter os cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, afirmou.

Além disso, Lula criticou também a forma como as redes sociais amplificam e recompensam o comportamento de enganadores. “A gente está vendo uma loucura. A monetização da mentira pela rede digital. Com gente ficando bilionário, milionário”, declarou.

As afirmações do presidente vêm logo após o Banco Central publicar um relatório técnico apontando que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com apostas no mês de agosto. O mesmo documento estima que o valor total transferido a cada mês para os sites de apostas esportivas esteja entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês.

Ainda de acordo com o BC, aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas fizeram alguma movimentação financeira relacionada aos jogos de azar. As quantias crescem conforme a idade: enquanto os mais jovens gastam cerca de R$ 100 por mês, os mais velhos superam os R$ 3 mil mensais.

A preocupação com a popularidade das apostas esportivas fez o Ministério da Fazenda antecipar ações previstas para 2025. A primeira delas é a suspensão das atividades de todas as empresas que não realizaram o pedido para a licença de operação no país, o que antes aconteceria apenas em 1º de janeiro. 

Uma campanha publicitária também será criada, com o objetivo de conscientizar a população sobre o endividamento e os efeitos das apostas na saúde. Em parceria com o Ministério da Saúde, um grupo de trabalho com técnicos das duas pastas será formado para discutir também a possibilidade de uma cartilha informativa sobre vício e dependência em apostas.

“Teremos campanhas educativas que a gente está construindo tanto aqui na Fazenda, quanto junto a nossos regulados (as empresas). Haverá um reforço bastante grande com a atuação em conjunto com o Ministério da Saúde para a fase de conscientização”, afirmou ao jornal O Globo o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena.

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