Durante a sessão ordinária na Câmara Municipal de São Luís, nessa segunda-feira, 18, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), comunicou o afastamento do vereador Umbelino Júnior (PSB), alvo de operação do Ministério Público do Maranhão, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), pela suspeita de liderar esquema de “rachadinha” em seu gabinete.
“Por decisão judicial, foi determinado o imediato afastamento do vereador Umbelino Júnior quanto ao exercício do mandato, além do afastamento dos servidores vinculados ao gabinete do mencionado parlamentar quanto às eventuais funções públicas por eles desempenhadas. A Câmara Municipal de São Luís foi oficialmente comunicada no dia 14 de novembro. A Mesa Diretora fez cumprir integralmente a decisão judicial com devida comunicação ao poder judiciário”, informou Paulo Victor.
Em seguida, o suplente partidário de Umbelino Júnior, Aldo Rogério (PRTB), foi empossado vereador de São Luís.
“Com o objetivo de garantir a continuidade das atividades legislativas, especialmente no atual momento de finalização da legislatura que demanda deliberações urgentes e relevantes, como a apreciação do orçamento municipal, a Mesa Diretora providenciou a convocação do Sr. Aldo Rogério, suplente partidário do vereador afastado, para que tome posse a partir desta data”, afirmou Paulo Victor.
Investigação
No último dia 13 de novembro, uma Operação do Ministério Público do Maranhão, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), cumpriu 15 mandados de busca e apreensão emitidos pela Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados de São Luís. Um dos alvos foi o vereador da capital, Umbelino Júnior, investigado por liderar suposto esquema de “rachadinha”.
Segundo a investigação do Gaeco, o vereador é apontado como líder de uma organização criminosa voltada para desviar parte dos salários de servidores de seu gabinete. O esquema envolveria familiares e parentes do parlamentar, incluindo a esposa, cunhados e até o sogro, residente no Distrito Federal.
A estrutura criminosa teria o apoio de terceiros para a prática de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, conforme detalhado pelo Ministério Público.
O MP-MA solicitou a prisão preventiva do vereador e de três outros envolvidos, mas a Justiça negou o pedido, optando por medidas cautelares.
Umbelino Júnior foi proibido de acessar a Câmara Municipal de São Luís e de manter contato com outros investigados. Ele também deverá comparecer mensalmente em juízo para justificar suas atividades e não poderá se ausentar da comarca sem prévia autorização. Além disso, o vereador foi suspenso de suas funções públicas como forma de proteger a moralidade e o andamento da investigação, de acordo com o MP.
A operação também determinou o bloqueio de R$ 2,18 milhões das contas bancárias dos investigados, montante que, segundo a apuração, teria sido desviado dos cofres públicos. A Justiça autorizou ainda a apreensão e sequestro de bens dos envolvidos.
Os materiais apreendidos, como documentos e equipamentos eletrônicos, serão analisados pelo Gaeco e pelo Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) para reforçar as evidências contra os investigados e subsidiar futuras denúncias.
A investigação visa apurar integralmente os crimes de peculato-desvio e lavagem de dinheiro, com o objetivo de responsabilizar os envolvidos e garantir o ressarcimento aos cofres públicos.
A Operação Occulta Nexus foi deflagrada nos municípios de São Luís e Imperatriz. A operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão emitidos pela Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados de São Luís, em uma ação contra um suposto esquema de “rachadinha” liderado, segundo o MPMA, pelo vereador da capital, Joaquim Umbelino Ribeiro Júnior.