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Enfermeiro que se passou por médico e matou paciente é condenado a prisão domicilar

Alberto foi condenado a pouco mais de dois anos de prisão, mas o tempo que já passou detido foi descontado, reduzindo a pena para sete meses em regime domiciliar

Fonte: Da redação


O júri popular do enfermeiro Alberto Rodrigues da Silva terminou nesta terça-feira (3), no Fórum de Justiça de Lago de Pedra, no Maranhão. Ele foi condenado a dois anos e cinco meses de prisão pela morte da esteticista Erinalva de Jesus Dias, durante uma cirurgia plástica realizada de forma irregular no Hospital Municipal de Lago dos Rodrigues. No entanto, considerando o tempo que já passou preso, ele cumprirá apenas sete meses de prisão domiciliar, decisão que frustrou a família da vítima.

O Caso

O crime ocorreu em 31 de maio de 2023, quando Alberto, utilizando um documento falso que o identificava como médico, realizou uma abdominoplastia — cirurgia estética para retirada de excesso de pele e gordura abdominal — em Erinalva. A vítima, que havia informado à família que faria uma cirurgia ginecológica para retirada de uma das trompas, passou mal após o procedimento.

Ela foi transferida para o Hospital Regional Dra. Laura Vasconcelos, em Bacabal, onde um médico constatou que a paciente havia se submetido a uma cirurgia estética. Erinalva não resistiu às complicações e morreu pouco tempo depois.

Irregularidades e Responsabilidades

De acordo com as investigações, Alberto realizou a cirurgia sozinho, sem habilitação para o procedimento e utilizando a estrutura do Hospital Municipal de Lago dos Rodrigues. A diretora do hospital e os profissionais de plantão alegaram desconhecer que a intervenção estava ocorrendo.

O Conselho Regional de Enfermagem (COREN) abriu um processo disciplinar contra Alberto, que teve seu contrato com o hospital rescindido. Além disso, ficou comprovado que ele usava documentos falsificados para se passar por médico.

O Júri

O julgamento começou na segunda-feira (2) e foi marcado por polêmicas. Inicialmente, estava previsto para acontecer em novembro, mas foi adiado após a Justiça decidir mudar o local do julgamento, que seria realizado em uma creche de Lago dos Rodrigues devido à falta de instalações adequadas no município.

Outra controvérsia envolveu o vazamento de informações sigilosas sobre o depoimento de uma testemunha, fato apontado pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) como potencialmente prejudicial à imparcialidade do júri.

Sentença e Repercussão

Alberto foi condenado a pouco mais de dois anos de prisão, mas o tempo que já passou detido (um ano e cinco meses) foi descontado, reduzindo a pena para sete meses em regime domiciliar. A decisão gerou indignação na família da vítima, que esperava uma pena mais rigorosa.

“É revoltante saber que ele praticamente não pagará pelo que fez,” afirmou um familiar de Erinalva após a sentença.

Impacto no Sistema de Saúde

O caso escancarou falhas graves no controle de profissionais em hospitais públicos e no sistema de fiscalização de práticas médicas. A diretora do hospital e os responsáveis pela administração da unidade também foram questionados, mas alegaram desconhecimento das atividades ilegais realizadas por Alberto.

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