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Terra registra ano mais quente da história em 2024

Especialistas apontam que esse recorde reflete uma combinação de fatores, incluindo o fenômeno El Niño

Fonte: Da redação

O ano de 2024 foi registrado como o mais quente da história, com a temperatura média global ultrapassando pela primeira vez o limiar de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, estabelecido como meta no Acordo de Paris. Segundo agências meteorológicas como o Serviço de Mudança Climática Copernicus, o Met Office do Reino Unido e a Agência Meteorológica do Japão, o aumento médio variou entre 1,53ºC e 1,6ºC, um salto significativo que evidencia o impacto do acúmulo de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Especialistas apontam que esse recorde reflete uma combinação de fatores, incluindo o fenômeno El Niño e o aumento constante das emissões de CO₂. Samantha Burgess, do Copernicus, destacou que o aquecimento está acelerando não apenas na atmosfera, mas também nos oceanos, contribuindo para a elevação do nível do mar e o derretimento de geleiras. Os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados, e há estimativas de que sejam os mais quentes dos últimos 125 mil anos. Em 2024, o dia 10 de julho registrou a maior temperatura média global da história, com 17,16ºC.

Os impactos não foram apenas climáticos, mas também econômicos e sociais. Desastres naturais, como o furacão Helene, inundações na Espanha e incêndios florestais devastadores na Califórnia, causaram perdas econômicas globais de US$ 140 bilhões, segundo a Munich Re. Jennifer Francis, cientista do Woodwell Climate Research Center, alertou que o público pode estar se tornando insensível às “sirenes de alarme” relacionadas às mudanças climáticas, mesmo com impactos cada vez mais severos sobre a saúde, os ecossistemas e a infraestrutura global.

A ultrapassagem do limite de 1,5ºC em 2024 é considerada pelos cientistas como um alerta para o perigo de superar os objetivos climáticos. Victor Gensini, da Universidade do Norte de Illinois, destacou que manter o aquecimento abaixo desse patamar é essencial para evitar consequências irreversíveis, como a extinção de recifes de coral e o derretimento em larga escala na Antártida. Embora 2025 possa ser ligeiramente menos quente devido ao efeito do fenômeno La Niña, o conteúdo de calor nos oceanos continua aumentando, o que representa um desafio crescente para o futuro.

Carlo Buontempo, diretor do Copernicus, afirmou que as sociedades não estão preparadas para enfrentar as consequências de um clima em transformação tão acelerada. Michael Mann, da Universidade da Pensilvânia, comparou a situação a um desfecho de um “filme de ficção científica distópica”, reforçando que os eventos de 2024 são um reflexo direto das ações humanas. Cientistas e especialistas destacam a urgência de ações coordenadas para mitigar os impactos das mudanças climáticas e evitar que o aquecimento global continue em trajetória acelerada.

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