Quando optei por iniciar o curso de psicologia, imaginava-me como um psicólogo clínico, talvez psicanalista. No decorrer do curso, porém, minha “paixão por Freud” deu espaço ao interesse pela área cognitiva, e mais precisamente biológica. Buscava entender a dualidade entre mente e corpo, onde uma não funciona sem a outra. Foi nesse contexto que comecei a indagar por que pessoas depressivas e com doenças crônicas geralmente compartilham características comportamentais, como dietas inadequadas e hábitos de vida similares. Um exemplo claro são os idosos que passam anos trancados em apartamentos, sem contato com a terra e com medo do sol, tornando seus ossos frágeis e alterando seus marcadores epigenéticos. Assim, a antiga prática do solarium, que promovia a exposição ao sol para benefícios de saúde, foi sendo esquecida.
O solarium, prática comum no início do século XX, envolvia a exposição dos pacientes à luz solar como parte do tratamento para diversas doenças. A luz solar é uma fonte vital de vitamina D, essencial para a saúde óssea e o funcionamento do sistema imunológico. A prática do solarium era recomendada para tratar doenças como a tuberculose, raquitismo e até problemas de pele, como psoríase. Estudos mostram que a luz solar pode regular o humor e melhorar a saúde mental, reduzindo os sintomas de depressão sazonal e promovendo a sensação de bem-estar.
Os raios solares atuam no organismo de diversas formas. A exposição ao sol ativa a produção de vitamina D na pele, ajuda a regular o ciclo circadiano e promove a liberação de endorfinas, melhorando o humor. O sol também estimula a produção de melatonina, ajudando a regular o sono e proporcionando uma sensação de relaxamento. Contudo, o equilíbrio é fundamental, pois a exposição excessiva ao sol pode causar danos à pele e aumentar o risco de câncer.
Com o passar do tempo, a prática do solarium foi sendo substituída por tratamentos farmacológicos e a urbanização crescente afastou as pessoas do contato direto com a natureza. Muitas pessoas passaram a evitar a luz solar devido ao medo dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta, sem considerar os benefícios controlados da exposição ao sol. O isolamento em ambientes fechados pode agravar a deficiência de vitamina D e contribuir para o surgimento de doenças crônicas e transtornos mentais.
Foi nesse contexto que desenvolvi a Penumbro Terapia Holística Epigenética, uma abordagem centrada no ambiente que busca prevenir e tratar doenças diretamente nos locais onde as pessoas vivem. Essa terapia promove a reconexão com elementos naturais, como a luz solar, para restaurar o equilíbrio biológico e mental. A exposição moderada ao sol, aliada a outras práticas holísticas, ajuda a regular os marcadores epigenéticos e promove a saúde integral.
A Penumbro Terapia destaca a importância de revisitar práticas antigas e integrá-las com a ciência moderna para criar abordagens terapêuticas eficazes e acessíveis. Recuperar o contato com a natureza e reaprender a valorizar os benefícios do sol são passos essenciais para melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças, promovendo um bem-estar duradouro.