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Inflação dos alimentos fica em 9,56% em São Luís

A alta nos preços dos alimentos tem sido apontada como um dos fatores que influenciaram a piora na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Fonte: Da redação

O Brasil enfrenta uma forte alta nos preços dos alimentos em 2024, com algumas cidades registrando aumentos de dois dígitos na alimentação em domicílio, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. Campo Grande (MS) liderou o ranking com alta de 11,3%, seguida por Goiânia (GO), com 10,65%, e São Paulo (SP), onde os preços subiram 10,07%. Enquanto isso, Porto Alegre (RS) teve a menor inflação alimentar do ano, com um aumento de apenas 2,89%, favorecida pela ampla oferta de produtos impulsionada pela ajuda recebida após as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em 2023.

A alta nos preços dos alimentos tem sido apontada como um dos fatores que influenciaram a piora na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 27 de janeiro mostrou que a desaprovação ao governo subiu para 49%, superando a aprovação pela primeira vez desde o início do mandato. O impacto da inflação no poder de compra da população tem sido um dos principais pontos de insatisfação.

Na tentativa de conter a alta dos preços, o governo estuda medidas para baratear os alimentos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a mencionar um “conjunto de intervenções”, mas recuou após preocupações de que soluções artificiais pudessem comprometer o equilíbrio fiscal.

O economista André Braz, da FGV Ibre, destacou que a inflação mais alta em algumas cidades está relacionada ao peso do consumo de carne bovina na cesta alimentar local. Em Campo Grande, o preço das carnes subiu 31,32%, em Goiânia, 24,21%, e em São Paulo, 26,54%. Ele apontou que a carne bovina foi um dos principais vilões da inflação alimentar em 2024.

O aumento do custo de vida também afetou a percepção do governo no Nordeste, região que teve um papel decisivo na eleição de Lula em 2022. A desaprovação ao governo na região subiu de 26% em outubro para 37% em janeiro, segundo a pesquisa Quaest. Em São Luís (MA), os preços dos alimentos subiram 9,56%, enquanto Fortaleza (CE) registrou alta de 8,1%. Já em Recife (PE), Salvador (BA) e Aracaju (SE), os aumentos foram menores, variando entre 5% e 6%.

A diferença na inflação alimentar entre as regiões pode ser explicada pelo padrão de consumo. O Nordeste tem um consumo maior de peixes e menor de carne bovina, o que ajudou a reduzir o impacto da alta dos preços. Enquanto a carne bovina subiu 20,8% no ano, os pescados tiveram uma variação de apenas 0,8%. No entanto, a menor renda média da população nordestina faz com que qualquer aumento nos preços dos alimentos tenha um impacto significativo no orçamento das famílias.

A pesquisa Quaest mostrou que 83% dos entrevistados em janeiro perceberam um aumento nos preços dos alimentos no último mês, um salto em relação aos 65% que apontaram essa alta em outubro. Segundo o economista Felipe Nunes, sócio da Quaest Pesquisa e Consultoria, essa percepção generalizada da inflação alimentar tem sido um dos principais fatores para a queda na popularidade do governo.

Porto Alegre, por outro lado, registrou a menor alta nos preços dos alimentos em 2024, beneficiada pela abundância de oferta após as chuvas e pela produção local de carne bovina, já que mais de 60% da produção nacional vem da região. O gerente da pesquisa IPCA, Fernando Gonçalves, destacou que, enquanto as carnes subiram 26,54% em São Paulo, a alta em Porto Alegre foi de apenas 10,09%. A variação do leite longa vida também foi menor na capital gaúcha, subindo 13,44% contra 24,25% em São Paulo.

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