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Dieta emocional!

Descobri que somos, em grande parte, produtores de nossas próprias doenças, e muitas vezes também da enfermidade emocional alheia

Fonte: Ronaldo Kroeff - Cartunista, graduando em Psicologia
Ao longo da vida, cometi um dos piores erros que um ser humano pode cometer: a falta de autoavaliação. O erro de não praticar uma autoanálise existencial pode definir todo um futuro, impedindo a correção de falhas subjetivas que, muitas vezes, são nocivas ao crescimento em todas as esferas da existência. Hoje, após anos de estudo na área da psicologia, compreendi e aprendi a explorar, ao menos em parte, o misterioso “eu” que habita em todos nós. Durante minhas pesquisas para o desenvolvimento da Penumbroterapia Holística Epigenética – uma abordagem terapêutica chamada Terapia Centrada no Ambiente (TCA) – aprofundei-me em temas como ansiedade, depressão e ideação suicida. Entretanto, percebi que antes de compreender o sofrimento do outro, precisava entender meus próprios transtornos e falhas no que se refere ao equilíbrio emocional.

Descobri que somos, em grande parte, produtores de nossas próprias doenças, e muitas vezes também da enfermidade emocional alheia. Pequenos atos negativos despejados ao longo do dia funcionam como doses diárias de veneno que se acumulam silenciosamente. As constantes reclamações, lamúrias e murmurações sobre política, governo, família ou trabalho desencadeiam um ciclo bioquímico perigoso. O estresse contínuo ativa o sistema nervoso simpático, liberando cortisol e adrenalina no organismo, substâncias que, em excesso, prejudicam o equilíbrio do corpo e da mente. Esse ciclo vicioso não apenas alimenta emoções destrutivas, como também fortalece padrões negativos de pensamento que, ao longo do tempo, podem se manifestar em transtornos psicológicos e doenças psicossomáticas.

Curiosamente, enquanto nos preocupamos em cuidar da alimentação, economizar dinheiro ou nos exercitar para manter um corpo saudável, negligenciamos um aspecto crucial: a dieta emocional. Assim como um corpo intoxicado sofre com excessos alimentares, uma mente carregada de negatividade adoece. A ciência já comprova que o cultivo de emoções positivas e a prática de mindfulness podem ativar pequenas descargas do sistema parassimpático, restaurando o equilíbrio interno e promovendo um estado de relaxamento e bem-estar. Dessa forma, é possível reverter os danos causados pela hiperatividade do sistema simpático e fortalecer o organismo contra os impactos do estresse crônico.

No contexto da Penumbroterapia, compreendi que encontrar o equilíbrio exige um compromisso diário com a reeducação emocional. Precisamos aprender a observar nossos pensamentos e questionar se eles nos impulsionam para o crescimento ou apenas reforçam padrões destrutivos. A lamentação constante cria um filtro negativo que distorce a percepção da realidade, tornando o mundo mais cinza e obscurecendo a beleza ao nosso redor. Em contrapartida, o cultivo da gratidão e da aceitação nos permite experimentar a vida com mais leveza, ativando mecanismos naturais de autorregulação emocional e promovendo a sensação de paz.

Diante disso, minha reflexão final é simples: de que adianta buscarmos tanto o sucesso material e a saúde física, se negligenciamos a saúde emocional? Assim como fazemos dietas para o corpo, é urgente praticarmos uma dieta mental, eliminando as reclamações e os pensamentos negativos que envenenam nossa existência. A verdadeira transformação começa dentro de cada um de nós, e ao silenciar as murmurações, damos espaço para a serenidade, o crescimento e a plenitude.

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