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Ministério Público decide que não proibirá intervalos bíblicos em escolas em PE

Os encontros cristãos se tornaram alvo de investigação em 2024, após uma denúncia do Sindicato dos Trabalhadores da Educação.

Fonte: Da redação

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) decidiu não proibir a realização de intervalos bíblicos nas escolas do estado. A decisão foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) em uma publicação no Instagram.

Na última quarta-feira (12), a vice-diretora do IBDR, a advogada Bárbara Alice Barbosa, participou de uma audiência promovida pelo MPPE para discutir a legalidade dos encontros religiosos realizados por alunos da rede pública.

“O promotor, Dr. Salomão, afirmou que o Ministério Público chegou à conclusão de que não normatizará nem interferirá nessas reuniões”, declarou Bárbara.

Ela explicou que a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco dialogou com o MPPE e foi sinalizado que não haverá uma regulamentação específica sobre os encontros. Desde que os alunos ajam com equilíbrio e razoabilidade, os encontros poderão continuar acontecendo.

A advogada ressaltou que, a partir de agora, qualquer conflito relacionado à realização dos encontros cristãos deve ser resolvido diretamente com a direção e coordenação das escolas.

“O IBDR contribuiu trazendo fundamentos sobre laicidade colaborativa, Direito Religioso e a dimensão externa da fé, garantindo que esse direito seja respeitado”, afirmou. “Seguimos reafirmando nosso compromisso com a liberdade religiosa dos alunos e celebramos essa vitória”.

Comemoração da decisão

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE), que também participou da audiência, celebrou a decisão do Ministério Público.

“Vitória da liberdade religiosa, vitória dos estudantes das escolas públicas. Reconheceram que a liberdade religiosa é um direito garantido aos alunos. A Anajure segue atenta e reforça seu compromisso em defender esses direitos caso ocorram novos problemas”, declarou Gabriela Moura, advogada e coordenadora da associação em Pernambuco.

Investigações e questionamentos

Os encontros religiosos promovidos por alunos para oração e estudo da Bíblia passaram a ser alvo de investigação do Ministério Público após denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe), em outubro de 2024.

O Sintepe argumentou que as escolas públicas não deveriam ser utilizadas para práticas religiosas, citando o princípio da laicidade do Estado. O sindicato também criticou o fato de que os encontros eram realizados sem a participação de outras religiões e sem supervisão da escola.

Já a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco declarou que não incentiva encontros religiosos no ambiente escolar. Segundo o órgão, sempre que a realização de “intervalos bíblicos” é identificada em alguma unidade de ensino, a escola é orientada a impedir a continuidade desses encontros.

 

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