Clive Johnston. (Foto: The Christian Institute).
Um pastor está sendo processado por pregar a passagem bíblica de João 3:16 próximo a uma clínica de aborto, na Irlanda do Norte.
Em julho do ano passado, Clive Johnston, um pastor aposentado de 76 anos, realizou um culto ao ar livre do outro lado da rua do Hospital Causeway, que oferece serviços de interrupção de gravidez, na cidade de Coleraine.
O local fica às margens de uma “Zona de Proteção”, onde onde são proibidas manifestações pró-vida, orações e a abordagem de mulheres que pretendem abortar.
Junto com cerca de 12 pessoas, o pastor louvou a Deus com um ukulele e pregou sobre a passagem mais conhecida da Bíblia, João 3:16: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único filho para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Intimado pela polícia
Apesar de não ter citado em nenhum momento o aborto, Clive recebeu uma intimação da polícia para comparecer ao tribunal de magistrados de Coleraine na próxima sexta-feira (21), acusado de tentar “influenciar” as pessoas que acessam os serviços de aborto do hospital e a se recusar a sair do local.
Se condenado, o pastor, ex-presidente da Associação de Igrejas Batistas na Irlanda, terá que pagar uma multa de milhares de libras. O líder está sendo representado judicialmente pelo The Christian Institute, uma organização que defende a liberdade religiosa.
“Uma lei destinada a impedir os protestos contra o aborto deve ser usada para criminalizar a pregação do Evangelho?”, questionou Simon Calvert, vice-diretor do Christian Institute.
“Temos uma incrível liberdade do Evangelho neste país e encorajamos os cristãos a usar essas liberdades para que mais pessoas ouçam sobre o amor de Deus. É por isso que assumimos este caso. Processar alguém por pregar João 3:16 perto de um hospital em um domingo tranquilo é uma restrição ultrajante à liberdade de religião e à liberdade de expressão”, destacou.
Liberdade religiosa
Para Simon, o caso abre precedentes perigosos para que a pregação da fé cristã seja proibida também em outros lugares.
“Se o Evangelho pode ser banido neste lugar público, onde mais pode ser banido? As autoridades não parecem ter pensado nas implicações para os direitos humanos de sua decisão de processar”, declarou.
“Pelo que eu posso dizer, os políticos que apoiaram as Zonas de Proteção nunca sugeriram que elas deveriam ser usadas para proibir o Evangelho. Espero que alguns deles se apresentem para confirmar isso. Eles poderiam ajudar a persuadir os promotores a desistir desse caso ridículo”, acrescentou.