O cessar-fogo entre Israel e o Hamas foi interrompido nesta terça-feira (18), após ataques aéreos israelenses atingirem amplamente a Faixa de Gaza, resultando em centenas de vítimas, entre mortos e feridos. Autoridades palestinas informaram que pelo menos 404 pessoas morreram e mais de 440 ficaram feridas, marcando o dia mais violento desde o início da trégua há alguns meses.
Segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, o país voltou ao estado de conflito, afirmando que Israel retomou suas operações militares contra Gaza. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, declarou ter abandonado o cessar-fogo devido ao fracasso nas negociações mediadas pelos Estados Unidos para a libertação de prisioneiros mantidos em Gaza.
Por outro lado, o Hamas acusou Netanyahu de romper o acordo deliberadamente e colocar em risco a vida dos detidos na região.
Relatos do território palestino descrevem cenas dramáticas após os bombardeios. De acordo com testemunhas, as explosões começaram na madrugada e atingiram diversas localidades, desde o norte até o sul da Faixa de Gaza. Equipes médicas e de resgate enfrentaram dificuldades extremas para atender vítimas soterradas em prédios destruídos pelos ataques. Imagens divulgadas mostraram civis, incluindo crianças, sendo retiradas dos escombros e recebendo atendimento em condições precárias devido à falta de estrutura médica adequada.
Uma médica voluntária relatou uma situação caótica em hospitais da Cidade de Gaza, onde pacientes eram atendidos no chão e em corredores. A maioria das vítimas eram crianças, muitas das quais perderam familiares nos ataques. A precariedade do sistema de saúde local, já debilitado por meses de conflito, foi agravada pela falta crítica de medicamentos e equipamentos médicos essenciais.
Além disso, Israel alertou moradores de várias áreas em Gaza para deixarem suas casas, aumentando o receio de deslocamento em massa na região.
O retorno dos ataques a Gaza ocorre em um contexto de tensão generalizada no Oriente Médio. Recentemente, os Estados Unidos realizaram ações militares contra rebeldes Houthi no Iêmen, aumentando a instabilidade regional. O governo israelense afirmou ter informado previamente a administração Trump sobre a ofensiva em Gaza, justificando a retomada dos ataques pela recusa do Hamas em libertar reféns israelenses sob mediação internacional.