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Suspeita de envenenar ovo de Páscoa usou identidade falsa e se hospedou com crachá adulterado

Menino de 7 anos morreu, e mãe e irmã dele seguem internadas em estado grave.

Fonte: Redação

Jordélia Pereira é a principal suspeita de enviar ovos envenenados à família (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) investiga o caso de Jordélia Pereira, de 35 anos, suspeita de enviar um ovo de Páscoa envenenado para uma família em Imperatriz, no sudoeste do estado. A tragédia resultou na morte de uma criança de 7 anos e deixou a mãe e a irmã dele internadas em estado grave.

Segundo a polícia, a suspeita se hospedou em um hotel na cidade utilizando um crachá com identidade falsa, onde se apresentava como Gabrielle Barcelli, supostamente funcionária da área de “Gastrônomia” — grafado com erro de acentuação. Ela também alegou ser mulher trans e afirmou que estava em processo de retificação de documentos, o que levou a recepção do hotel a aceitar o cadastro apenas com o crachá.

Suspeita usou crachá falso para fazer reserva em hotel de Imperatriz (Foto: Divulgação)

Em mensagens trocadas com o hotel, Jordélia escreveu:

“Deixa eu lhe falar, é porque sou trans e minha documentação está em processo. Mas estarei com o crachá da empresa. Posso colocar o nome depois que mudei? Onde chego eu uso dele.”

🔍 Linha do tempo da tragédia

O caso ocorreu na noite do dia 16 de abril. A família recebeu o ovo de Páscoa por meio de um motoboy, com um bilhete escrito à mão:
“Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa.”

Logo após receber o presente, Mirian Lira recebeu uma ligação de uma mulher, não identificada, que apenas perguntou se o ovo havia chegado. Quando questionada sobre sua identidade, a pessoa se limitou a dizer que “ela saberia quem era”.

Horas depois, o filho de Mirian, Luís Fernando, de 7 anos, passou mal e foi levado ao Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), onde foi entubado, mas não resistiu e morreu. Em seguida, Mirian e sua filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, também começaram a apresentar sintomas de envenenamento e foram internadas em estado grave.

🧾 O que levou a polícia até a suspeita

A investigação da Polícia Civil reuniu diversos indícios que apontam para Jordélia como principal suspeita:

Depoimentos e imagens: Câmeras de segurança do hotel registraram Jordélia na recepção, utilizando peruca preta. Ela havia chegado à cidade na mesma data do crime.

Compra de chocolates: No mesmo dia, ela foi flagrada em uma loja de chocolates no centro da cidade, usando disfarce. Testemunhas e imagens confirmaram a compra do produto.

Ligação suspeita: A irmã de Mirian relatou à polícia que, logo após o recebimento do ovo, uma mulher ligou perguntando se o presente havia sido entregue — o que levantou suspeitas imediatas.

Objetos apreendidos: Com a suspeita, a polícia encontrou duas perucas, bilhetes de ônibus, bolsas térmicas com chocolates e recheios, que foram recolhidos como possíveis provas.

Depoimento do namorado: O atual companheiro de Mirian relatou à polícia que Jordélia era sua ex-companheira, o que pode indicar motivação passional para o crime.

⚖️ Prisão preventiva e investigações

A Justiça do Maranhão decretou a prisão preventiva de Jordélia Pereira, que deve ser transferida para um presídio na capital, São Luís. Em depoimento, ela admitiu ter comprado o chocolate, mas nega ter colocado veneno.

A Polícia Civil já enviou amostras do chocolate ao Instituto de Criminalística, e também solicitou a análise do sangue das vítimas para verificar a presença de substâncias tóxicas. O laudo deve ficar pronto em até 10 dias.

🧩 Um passado obscuro

Outro ponto levantado pela polícia é a trajetória da suspeita até o crime. Jordélia residia em Santa Inês, a cerca de 300 km de Imperatriz. Ela se deslocou até a cidade, se hospedou utilizando nome falso e organizou a entrega do presente — o que, para os investigadores, indica preparação deliberada e premeditação.

A defesa de Jordélia ainda não se manifestou oficialmente até a publicação desta matéria.

A Polícia Civil segue investigando o caso como homicídio doloso e tentativa de homicídio, com possível motivação ligada a conflitos pessoais e passados mal resolvidos.

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