A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, aluna de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), que estava desaparecida desde o último domingo (13). O corpo foi localizado com sinais de violência na tarde de quinta-feira (17), em uma área utilizada como estacionamento na zona oeste da capital.
Bruna morava com o pai e o filho. No fim de semana, ela passou dois dias com o namorado no bairro do Butantã e avisou que retornaria para casa no domingo à noite. Em uma das últimas conversas com a mãe, Simone Francelino, por mensagem, disse que estava com apenas 2% de bateria e que tentaria voltar de ônibus. Ao namorado, solicitou um Pix para conseguir pagar um transporte por aplicativo. Depois disso, não foi mais vista.
Corpo identificado por tatuagens
O corpo de Bruna foi identificado inicialmente pelas tatuagens, segundo a mãe. A confirmação foi feita oficialmente por meio das impressões digitais.
— Quando me disseram que encontraram uma moça num terreno com uma tatuagem de aranha, eu soube. Era ela. Não tive forças para ver o corpo. Quero lembrar da minha filha sorrindo — declarou Simone, visivelmente abalada.
Bruna foi encontrada descalça, com as roupas rasgadas e sinais evidentes de agressão. O corpo estava em um terreno usado como estacionamento informal. A denúncia foi feita anonimamente e levou os investigadores até o local.
Durante a varredura da área, a polícia recolheu pedaços de tecido e outros materiais para perícia. Um tênis localizado próximo ao corpo foi reconhecido pela família como pertencente à vítima.
Investigação em andamento
Foram ouvidos no inquérito os pais de Bruna, o namorado atual e o pai do filho da jovem. Imagens de câmeras de segurança da região estão sendo analisadas para tentar identificar o trajeto percorrido por Bruna e qualquer movimentação suspeita nas imediações do crime.
A jovem era formada em Turismo e Lazer e atualmente cursava mestrado na USP. Segundo amigos e familiares, era dedicada, estudiosa e muito próxima da família.
O pai, Florisvaldo Araújo de Oliveira, relatou que na noite do desaparecimento acabou dormindo sem perceber que a filha não havia voltado. Na manhã seguinte, ao constatar que ela não estava em casa, iniciou as buscas com a ex-mulher por hospitais, unidades de pronto atendimento e o Instituto Médico Legal (IML).
— Acordei e percebi que ela não tinha chegado. Liguei para a mãe dela. Saímos rodando a cidade — disse o pai, emocionado.
Mãe promete buscar respostas
Abalada, a mãe de Bruna diz que não vai descansar enquanto a autoria e as circunstâncias do crime não forem esclarecidas.
— Sempre que via uma notícia dessas na TV, eu chorava. Nunca pensei que seria com a minha filha. Eu só quero justiça. Vou até o fim.
O corpo de Bruna deve ser liberado nesta sexta-feira (18). A polícia trabalha com a hipótese de feminicídio, mas ainda não descarta outras motivações. O caso segue sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).