As companhias europeias TGS (Noruega) e CGG (França) firmaram um acordo para processar e comercializar dados sísmicos tridimensionais (3D) da bacia sedimentar de Barreirinhas, localizada na Margem Equatorial brasileira. O projeto, anunciado no último dia 11 por meio de um memorando de entendimento, acontece em meio ao embate entre a Petrobras e o Ibama sobre a exploração de petróleo na região.
Com pouca atividade exploratória, a Margem Equatorial ainda carece de levantamentos sísmicos detalhados — lacuna que as duas empresas pretendem preencher. Tanto a TGS quanto a CGG são especializadas em estudos geológicos e fornecem serviços de imagem para grandes petroleiras globais, incluindo a própria Petrobras, além de Shell e Total.
O projeto será multicliente, ou seja, os dados gerados poderão ser comercializados com diferentes empresas interessadas na região. A parceria entre as duas firmas se concentrará exclusivamente na bacia de Barreirinhas, situada no litoral do Maranhão. A CGG, por sua vez, já havia obtido licença ambiental junto ao Ibama em janeiro, por meio do grupo francês Viridien, ao qual pertence.
A iniciativa reforça o apetite do setor privado em antecipar oportunidades na Margem Equatorial, uma das áreas com maior potencial petrolífero do país, embora ainda envolta em incertezas regulatórias e ambientais. Se a exploração na região for destravada, a expectativa é de que a demanda por dados sísmicos cresça rapidamente, posicionando TGS e CGG como fornecedoras estratégicas de inteligência geológica.