A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prepara uma proposta de contrato de cerca de R$ 5 milhões mensais para o técnico Carlo Ancelotti, com validade até o fim da Copa do Mundo de 2026. O acordo ainda prevê uma cláusula de renovação automática até o Mundial de 2030, que poderá ser ativada caso o treinador italiano concorde, mas apenas após o torneio do próximo ano.
Se confirmado, Ancelotti se tornaria o técnico de seleção nacional mais bem pago do mundo, igualando os salários que recebe atualmente no Real Madrid, clube com o qual tem vínculo até meados de 2026. A recente eliminação na Liga dos Campeões e a derrota na final da Copa do Rei para o Barcelona aumentaram a pressão sobre sua permanência no comando do time espanhol, alimentando o otimismo da CBF em relação a um possível acerto.
A entidade brasileira quer definir a contratação até o dia 18 de maio, prazo final para envio da pré-lista de convocados para os jogos das Eliminatórias contra Equador e Paraguai, em junho. Ainda que Ancelotti não possa assumir imediatamente, sua participação na escolha dos jogadores já seria considerada estratégica.
Atualmente, Dorival Júnior, demitido após a derrota para a Argentina em março, recebia cerca de R$ 1,5 milhão por mês, valor que incluía os salários da comissão técnica. Mesmo assim, não era o maior vencimento da América do Sul — Marcelo Bielsa, no comando do Uruguai, ganha cerca de R$ 2 milhões mensais. Já Roberto Mancini, quando dirigia a seleção da Arábia Saudita, chegou a embolsar R$ 4 milhões mensais, valor que Ancelotti superaria com a proposta da CBF.
Internamente, a CBF mantém discrição nas tratativas, evitando repetir o erro de 2023, quando negociações vazadas causaram desconforto e acabaram prejudicando um eventual acordo. Embora negue ter enviado representantes à Espanha, fontes indicam que os contatos com o staff do treinador já estão em andamento.
Enquanto a expectativa por Ancelotti cresce, a negociação com Jorge Jesus — até então o favorito para assumir a seleção — segue em compasso de espera. Com contrato até julho com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, a situação de Jesus pode mudar caso o clube seja eliminado da Champions da Ásia. A semifinal contra o Al-Ahli acontece na próxima terça-feira (29) e, em caso de derrota, a liberação antecipada de Jesus poderia ser viabilizada.