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Lupi deixa Ministério da Previdência em meio a crise no INSS

Atual secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz assume cargo

Fonte: Da redação

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixou oficialmente o cargo nesta sexta-feira (2), após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. A saída ocorre em meio às investigações sobre descontos não autorizados em benefícios do INSS, apurados pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Para o lugar de Lupi, foi nomeado o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta. A troca será formalizada em edição extra do Diário Oficial da União ainda hoje.

Lupi, que também é presidente nacional do PDT, usou as redes sociais para anunciar sua saída e reafirmar que não é alvo das investigações. “Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, escreveu o agora ex-ministro. Ele também defendeu que os responsáveis sejam identificados e punidos, reforçando sua colaboração com o governo.

A crise no INSS se agravou após a deflagração de uma operação da Polícia Federal, na semana passada, que investiga um esquema bilionário de cobranças indevidas de mensalidades associativas descontadas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas. A PF estima que cerca de R$ 6,3 bilhões tenham sido movimentados entre 2019 e 2024. A CGU e o próprio INSS já haviam identificado inconsistências graves em auditorias internas desde 2023.

Antes da saída de Lupi, o caso já havia provocado a exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal. A pressão política aumentou após deputados da oposição protocolarem o pedido de criação de uma CPI para investigar a atuação de sindicatos no esquema. Lupi chegou a prestar esclarecimentos à Comissão de Previdência da Câmara nesta terça-feira (29), mas sua permanência se tornou insustentável.

Em pronunciamento no Dia do Trabalhador, na última quinta-feira (30), o presidente Lula prometeu que os beneficiários prejudicados terão seus recursos devolvidos. A Advocacia-Geral da União (AGU) já iniciou articulações para a reparação dos danos e realizou reunião nesta sexta com a presença do advogado-geral da União, Jorge Messias, do presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, e do novo presidente do INSS.

Carlos Lupi encerra sua gestão agradecendo os mais de 20 mil servidores da Previdência e do INSS e reforçando seu compromisso com o governo. “Continuarei acompanhando de perto e colaborando para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”, afirmou.

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