
O psicanalista inglês Donald Winnicott, através de seus estudos sobre crianças que tiveram os pais presos em campos de concentração, observou que o comportamento agressivo, a rebeldia e o descaso com a vida surgiam de um sentimento inconsciente de culpa pela perda dos pais. Winnicott mostrou que a ausência dos pais no desenvolvimento infantil está profundamente ligada a vários transtornos, como psicose, isolamento social e depressão. E no Brasil? Em muitas comunidades, é comum que crianças sejam criadas por avós, sem qualquer referência da figura paterna. Esses estudos continuam extremamente atuais diante da realidade de crimes, roubos e latrocínios cometidos por jovens cada vez mais novos. O que esperar de um país que não protege a infância — fase mais crítica para a formação da personalidade, do caráter e dos juízos de valor?
Vivemos numa era progressista, chamada por muitos de “nova era”, onde tudo é permitido em nome da liberdade. No entanto, esquecemos que são os valores familiares que moldam o ser humano para viver em sociedade. Independente da cultura, é no seio familiar — e não no Estado — que se formam os pilares do ser humano. O Estado tem o papel de formar conhecimento técnico, mas os valores que constroem a dignidade e o respeito vêm da família. Hoje, nossas crianças crescem em ambientes adoecidos pela violência epidêmica, absorvendo desde cedo padrões de agressividade, desvalorização da vida e apatia emocional.
As drogas lícitas e ilícitas destroem silenciosamente a capacidade psicomotora das crianças, que cada vez mais cedo experimentam substâncias com efeitos devastadores sobre o desenvolvimento intelectual e emocional. Estamos diante de uma ameaça grave: o futuro nos reserva uma crise de saúde mental de proporções avassaladoras, onde o suicídio — que já é epidêmico — poderá se tornar a principal causa de morte entre jovens. Há uma cortina de fumaça, alimentada pela polarização política, que faz milhões de pessoas brigarem entre si sobre qual sistema é melhor, enquanto o que mais importa — a formação de homens e mulheres saudáveis e de valor — é deixado de lado, sendo minado por um sistema que adoece e enlouquece nossos jovens.
Nesse cenário, destacam-se as chamadas indústrias da morte, produtoras de bebidas alcoólicas “ice” adocicadas e energéticos repletos de substâncias químicas e estimulantes em excesso. Estes produtos, que atraem o público jovem com cores vibrantes e sabores agradáveis, estão matando silenciosamente a capacidade de julgamento e o equilíbrio emocional de nossas crianças. É nesse contexto que desenvolvo a Penumbroterapia Holística Epigenética – a Terapia Centrada no Ambiente (TCA). Sinto o dever de refletir, propor soluções e lutar pela recuperação dos ambientes que hoje adoecem nossos jovens. Ainda é possível agir, mas é urgente. O futuro de uma geração inteira depende disso.
Sou Ronaldo Kroeff Daghlawi e desenvolvo a TCA, Terapia Centrada no Ambiente – Penumbroterapia Holística Epigenética.