Em audiência realizada nesta segunda-feira (12) na Sala Paulo VI, no Vaticano, o papa Leão 14 recebeu cerca de 3.000 jornalistas e convidados com um discurso marcado pela defesa da comunicação responsável e pela homenagem aos profissionais da imprensa.
Bem-humorado, o pontífice iniciou sua fala em inglês agradecendo a calorosa recepção: “Dizem que, quando a gente é aplaudido no começo, não importa muito. Se vocês continuarem aplaudindo no final, muito obrigado”, disse, arrancando risos do público.
Ao passar para o italiano, Leão 14 citou o Sermão da Montanha e fez um apelo contra a violência simbólica: “Devemos dizer não à guerra das palavras e das imagens”. O papa pediu ainda a libertação de jornalistas presos “por buscarem a verdade”, gesto que foi recebido com aplausos calorosos.
Em um dos pontos centrais do discurso, ele alertou para os riscos do uso indiscriminado da inteligência artificial na comunicação, destacando a necessidade de responsabilidade e discernimento ético. “Que seja usada para o bem de todos”, declarou.
O pontífice também resgatou uma mensagem de seu antecessor, o papa Francisco, ao afirmar: “Vamos desarmar a comunicação de todo o preconceito e ressentimento, fanatismo e até ódio”.
Leão 14 comentou ainda os desafios contemporâneos enfrentados pela humanidade e pela Igreja, enfatizando que a comunicação e o jornalismo “não existem fora da história”. “Hoje um dos desafios mais importantes é promover uma comunicação que nos tire da Torre de Babel em que às vezes nos encontramos”, disse, criticando a polarização ideológica e partidária.
Ao fim da audiência, a saída do papa da sala foi marcada por uma multidão de jornalistas e convidados tentando se aproximar. Solícito, o pontífice cumprimentou membros da imprensa que atuam diariamente na cobertura do Vaticano.