A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou na quarta-feira (21) mais duas mortes provocadas pela febre oropouche, elevando para três o total de óbitos no estado em 2025.
As vítimas são duas mulheres, de 34 e 23 anos, moradoras dos municípios de Macaé (norte fluminense) e Paraty (Costa Verde). Ambas apresentaram sintomas da doença em março, foram internadas, mas não resistiram e morreram poucos dias depois. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Apesar da gravidade dos casos, a SES-RJ afirma que os episódios são considerados isolados, sem novos registros de internações ou mortes nas duas cidades desde então. Até agora, o estado já confirma 1.581 casos da doença, que vem se espalhando por diferentes regiões do Brasil.
A febre oropouche é uma arbovirose, ou seja, transmitida por mosquitos — principalmente o Culicoides paraense, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. O Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de muriçoca ou pernilongo, também pode atuar como vetor em casos mais raros.
A doença é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (Oropouche), da mesma família de vírus como os da dengue, zika e chikungunya. A infecção ocorre após o mosquito picar um animal infectado e, dias depois, transmitir o vírus ao picar um humano.
Existem dois ciclos de transmissão:
- Silvestre, com animais como bicho-preguiça e primatas como principais hospedeiros.
- Urbano, com humanos como hospedeiros e o Culicoides como vetor principal.
Sintomas e cuidados
Os sintomas se assemelham aos da dengue: dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e diarreia, com duração média de 5 a 7 dias. Porém, em cerca de 60% dos casos, os sintomas podem retornar após a recuperação inicial.
Atualmente, não há vacina nem tratamento específico para a febre oropouche. O recomendado é repouso, tratamento dos sintomas e acompanhamento médico.