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Número de investidores no Maranhão cresce 163% em cinco anos

Desde o fim de 2020, quando o Maranhão contava com 24.615 investidores, houve um crescimento expressivo de 163% em cinco anos

Fonte: Da redação com Assessoria

O Maranhão alcançou a marca de 64.981 contas de investidores pessoas físicas em maio de 2025, segundo dados divulgados pela B3. O número coloca o estado na 13ª posição no ranking nacional e em 4º lugar na Região Nordeste em quantidade de investidores. O volume financeiro aplicado pelos maranhenses soma R$ 6,56 bilhões, o que representa 1,15% de todo o capital investido no país.

Um dado que chama atenção é a representatividade feminina. Apesar de as mulheres corresponderem a apenas 21,7% dos investidores do estado, elas são responsáveis por 46,34% do valor total investido. Esse desempenho supera o de estados vizinhos com volumes maiores de contas, como Bahia, Ceará e Pernambuco.

Desde o fim de 2020, quando o Maranhão contava com 24.615 investidores, houve um crescimento expressivo de 163% em cinco anos. Naquele ano, os valores aplicados giravam em torno de R$ 2,56 bilhões, enquanto em 2025 esse número já ultrapassa os R$ 6,5 bilhões, refletindo um avanço significativo na participação da população maranhense no mercado de capitais.

De acordo com Fernando Camargo Luiz, gestor e sócio da Garoa Wealth Management, o Maranhão é considerado estratégico para a atuação da consultoria, que chegou recentemente ao mercado e já acumula mais de R$ 1 bilhão em patrimônio sob acompanhamento e R$ 1,5 bilhão em carteiras reformuladas. A empresa tem como foco a construção de planos de investimento personalizados e a análise de portfólios para melhorar a relação entre risco e retorno.

Segundo Luiz, muitos investidores da região ainda enfrentam desafios na alocação de recursos, principalmente pela exposição excessiva a ativos de crédito privado corporativo. Essa concentração, comum em aplicações de renda fixa, pode parecer segura, mas carrega riscos importantes, sobretudo relacionados à liquidez. Caso o investidor precise resgatar o valor antes do vencimento, pode ter dificuldades de venda ou até prejuízo total do capital aplicado.

Dados da Anbima mostram que, em 2024, os nordestinos investiram R$ 663,5 bilhões, crescimento de 13,2% em relação ao ano anterior. Deste total, R$ 74,4 bilhões foram destinados a títulos privados corporativos, desconsiderando CDBs. Para Luiz, parte desses investimentos é resultado de recomendações que enfatizam ativos com aparente estabilidade e rentabilidade acima do CDI, como FIDCs e fundos multimercado com crédito privado. No entanto, ele alerta que essa percepção de segurança é muitas vezes ilusória.

Outro erro comum apontado pelo gestor é o uso da poupança como principal forma de investimento. Para ele, apesar da taxa Selic elevada permitir retornos atrativos mesmo em opções conservadoras, muitos investidores ainda mantêm recursos na poupança, que oferece rentabilidade inferior e não acompanha o desempenho de outros ativos de menor risco.

Luiz destaca ainda que até mesmo fundos considerados conservadores podem incluir até 20% de crédito privado em suas carteiras, conforme permitido pela regulamentação, o que exige atenção redobrada dos investidores com perfil mais cauteloso. Ele recomenda que quem busca estabilidade e liquidez priorize fundos com estratégias claras de proteção de capital, seja para objetivos de curto e médio prazo ou para previdência.

Além da falta de informação, o gestor critica práticas do mercado financeiro que favorecem produtos com comissões mais altas, o que pode levar a conflitos de interesse entre os consultores e seus clientes. A Garoa Wealth Management, segundo ele, foi criada justamente para atuar de forma independente, sem receber comissões de corretoras ou instituições emissoras de produtos. O modelo de remuneração é exclusivamente baseado no pagamento dos próprios clientes, o que, segundo Luiz, garante liberdade para recomendar os melhores ativos disponíveis no mercado, sem viés comercial.

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